Dinossauros e a era dos seres gigantescos

O tema deste artigo é antiquíssimo, pois data de milhões e milhões de anos: dinossauros. Claro que começou a ser discutido somente há poucos séculos, mas o tema, em si, é da era dos dinossauros literalmente.

E, por isso mesmo, é fascinante. Centenas de milhares de pessoas dispensam horas e horas de seus dias em pesquisas e estudos. E nem todos são profissionais definitivamente voltados ao estudo desses monstros pré-históricos.

São curiosos – no bom sentido da palavra -, interessados, entusiastas, enfim, hobbistas – pessoas que têm hobby – que querem informações diversas.

Há uma infinidade de fontes que dispõem das mais variadas informações. Além disso, dinossauros já foram explorados no cinema, nos livros, em palestras, na religião e até mesmo no teatro.

Você já sabe como eram, conhece a ferocidade (ou serenidade) do dia a dia, sabe que eram enormes etc. Sabe até algumas teorias sobre origem e extinção deles: provavelmente vieram do mar e provavelmente se extinguiram a partir de queda de um meteoro.

Assim, como já foi dito muito sobre eles, a gente reuniu aqui resultados das pesquisas mais recentes. O que a ciência descobriu ultimamente, confirmando, refazendo ou simplesmente anulando dados e conceitos anteriores?

Por exemplo: o que é realmente um dinossauro? Há tantos animais daquela época que a gente fica se perguntando: todos eram dinossauros?

Com vocês, a Era dos Dinossauros.

Afinal, todo animal pré-histórico é dinossauro?

Dinossauros são animais extintos impressionantes.
Dinossauros são animais extintos impressionantes.

A ciência precisou de uma palavra para representar noção aproximada do que é realmente um animal aterrorizante, terrível, intimidador, perigoso. Encontrou no idioma grego a seguinte ideia: “deinos sauros”. Sua estrutura etimológica representa a ideia de “lagarto terrível”.

Já por aí, você pode imaginar o conceito que a ciência têm sobre esses animais. Assim, definiram “dinossauro” como o conjunto de seres antigos que compõem o clado “Dinosauria”. Aliás, em Biologia, “clado” é o nome de um grupo de organismos que se desenvolveram com base num ancestral único.

Assim, a resposta é “não, nem todos os animais pré-históricos são considerados dinossauros”. É preciso ter determinada estrutura física, biológica e orgânica para entrar no grupo.

Muito bem. Então, os dinossauros foram os maiores animais do Planeta tanto em peso quanto em altura. Algumas espécies pesavam tanto quanto um ônibus. Espacial, a gente quer dizer. Quanto aos motivos para tanto peso e tamanho, a ciência ainda não tem ideia realmente precisa.

Mas parece que as coisas estão ficando mais claras, um pouco. Veja.

Da Era dos dinossauros para a Era de Ouro das Pesquisas

A paleontologia é a área que cuida dos dinossauros.
A paleontologia é a área que cuida dos dinossauros.

Nos últimos anos, a paleontologia tem ganhado ares de muita importância no cenário científico. Países diversos estão investindo em pesquisas, pois descobriram a importância de se conhecer o passado. Com isso, muitos programas de pesquisas estão sendo realizados.

Para se ter ideia, somente um pesquisador descobriu 10 novas espécies de dinossauros nos últimos tempos. E estamos falando de poucos anos de pesquisa de Stephen L. Brusatte, um dos maiores nomes da paleontologia atual. De certa forma, ele simplesmente iluminou o passado com suas pesquisas e estudos.

Brusatte é biólogo evolucionista e especialista em dinossauros, um jovem americano – 34 ano de vida. Seu trabalho alcança regiões da América do Sul ao extremo asiático.

Novas portas para pesquisas

A era atual é a melhor da história para pesquisas. O jovem pesquisador acima é produto de algum “fenômeno” na área científica. Por algum motivo, países estão abrindo espaço para cientistas da área. Assim, muitos parques paleontológicos que eram inacessíveis estão à disposição.

Atualmente, há mais ou menos 50 descobertas ao redor do mundo em apenas um ano. Isso era inimaginável há algumas décadas. Mongólia, China, Irã e outros países permitem que cientistas levem seus conhecimentos para suas regiões.

Assim, não apenas apoiam a ciência como um todo, mas também se beneficiam desses conhecimentos. Como resultado, novos paleontólogos surgem em todos esses países.

Quem ganha com isso é o mundo como um todo, pois, assim, novas ideias, novos conceitos, novas descobertas lançam cada vez mais muita luz na escuridão do passado.

Descoberto dinossauro na Argentina

Fósseis de dinossauros foram descobertos recentemente.
Fósseis de dinossauros foram descobertos recentemente.

Em março de 2018, pesquisadores encontraram fósseis que podem dar alguma luz nas questões das origens dos dinossauros. Eles são importantes porque demonstram diferenças orgânicas gritantes com outros espécimes.

São 4 esqueletos ao todo, quase completos. Três deles são de espécies já registradas. Um deles, inclusive, é de espécie desconhecida. Ou seja, é novo caminho para mais descobertas.

Dados obtidos em análises indicam que o animal dono daqueles ossos tinha um método para chegar ao tamanho monstruoso. De alguma maneira, teve picos de crescimento.

Ou seja, houve períodos em que aumentou de tamanho muito mais que em outros. Aliás, tais dados são obtidos pelo mesmo processo de datação das árvores: por meio de anéis nos troncos. No caso dos dinossauros, há anéis na formação óssea.

E mais: para isso, ele usou estratégias pulmonares semelhantes às usadas por pássaros. Desenvolveram bolsões de ar no organismo a fim de obter quantidades maiores de oxigênio, além de se manterem climatizados. Assim, seu metabolismo ganhou capacidade de extrair o máximo possível dos alimentos.

O resultado disso é surpreendente para os cientistas. Afinal, para paleontologistas, esse mecanismo foi um dos motivos para dinossauros atingirem o tamanho que tinham.

Novo registro de nascimento

Além das novas informações que os esqueletos trouxeram à ciência, ainda indicam que já havia dinossauros muito antes do que se imaginava. Esses são anteriores aos Brontossauro e Diplodocus, que viveram no período posterior, Jurássico.

E ainda originam novo nome no registro de nascimento. Por terem sido considerados os primeiros gigantes, dão nome a novo grupo: Lessemsaurids.

Chamaram a nova espécie de Ingentia prima. Em latim, isso quer dizer “primeiro gigante”. Análises mostram que os animais têm mais de 250 a 200 milhões de anos, isto é, são do período Triássico.

Por si, o elemento da nova espécie deveria ter por volta de 10 toneladas.

Outra descoberta importante

O movimento de novos paleontólogos mencionado acima parece ter incentivado até mesmo leigos. Mineiros do sul do Canadá, na região de Alberta, encontraram um espécime de Nodossauro, um dinossauro que viveu há mais de 110 milhões de anos.

Nova dieta dos “pequeninos”

A maioria dos dinossauros são herbívoros.
A maioria dos dinossauros são herbívoros.

Uma da questões mais intrigantes para pesquisadores de dinossauros diz respeito aos tipos de alimentos consumidos pelos animais. Em especial, os dinossauros herbívoros.

Até pouco tempo atrás, imaginava-se que vegetais presentes em ambiente com excesso de dióxido de carbono apresentavam baixa capacidade nutritiva. O fator intrigante da questão é o tamanho do dinossauros. Ora, tendo alimentos tão pobres em nutrientes, como chegavam àquela altura?

Entretanto, pesquisadores da Universidade de Leeds, Reino Unido, conseguiram demonstrar que a relação dióxido de carbonobaixa nutrição pode não ser real. A dra. Fiona Gill e sua equipe desenvolveram sistema de plantio de alimentos nas condições da época dos Saurópodes. Esse é o grupo dos maiores dinossauros existentes.

O sistema inclui não apenas as condições atmosféricas – temperatura, quantidade de dióxido de carbono etc. -, mas também o processo de digestão. Uma espécie de estômago artificial simula o processo digestivo.

Assim, os cientistas puderam avaliar com mais precisão o valor nutricional das plantas. Como resultado, surpresa: as plantas mostraram índices de energia muito maiores do que se pensava antes. Certamente, isso indica que enormes dinossauros necessitavam de quantidade muito menor para manter o organismo.

Outro dado importante é a relação abundância–quantidade de consumidores. Ou seja, sendo a quantidade menor para cada elemento, o ecossistema era capaz de oferecer alimento suficiente para todos.

Maior parque paleontológico do mundo

Há cerca de alguns anos, cientista anunciaram descoberta do maior sítio paleontológico do mundo. Está localizado na província de Shandong, no leste do país. São mais de 7500 peças fósseis soterradas a profundidade enorme em área de 300m de comprimento.

Ali, desenterraram aquele que pode ser o maior Hadrossauro, o chamado “Bico de Pato”: 20m de comprimento. Porém, a concentração de tamanha quantidade de fósseis pode revelar ainda mais segredos sobre o processo de extinção ocorrida há 65 milhões de anos no período Cretáceo.

Dinossauros no Brasil

O Brasil também possui suas pesquisas sobre dinossauros.
O Brasil também possui suas pesquisas sobre dinossauros.

O Brasil é um dos países que estão facilitando o trabalho de paleontólogos. Assim, aumentam as chances de o país anunciar novas descobertas nos próximos anos. Ainda há muito o que fazer por aqui, mas tudo está indo de vento em popa.

Por aqui, foi um dinamarquês altamente notável no mundo quem iniciou a paleontologia. Peter Wilhelm Lund chegou em 1833 já trabalhando em escavações em Minas Gerais. Ali, identificou boa variedade de fósseis de mamíferos e abriu enormes possibilidades de encontrar outros.

Contudo, o primeiro “dinossauro tupiniquim” foi encontrado 60 anos depois quando Llewelllyn Ivor Price escavou em outro município mineiro, Peirópolis. Ele também trabalhou no Rio Grande do Sul.

Alguns dinossauros encontrados no Brasil

O Brasil, como um todo, pode ser visto por admiradores de dinossauros como enorme sítio paleontológico.

Até hoje, foram encontradas 27 espécies. Dessas, boa parte são dos primeiros elementos que viveram no Planeta.

Veja alguns registros fósseis de dinossauros encontrados em solo brasileiro. Ao todo, são 27 espécies até agora.

Saturnália tupiniquim

Até o nome é brasileiro. Viveu no Triássico (225 milhões de anos atrás). Tinha mais ou menos 70cm de altura e 2m do focinho à cauda.

Não passava de 50k e imagina-se que era carnívoro. O primeiro nome é referência à maior festa popular brasileira, o Carnaval, originada na festa romana de Saturno

Staurikossaurus pricei

Pequeno bípede descoberto nos anos 70, aliás, um dos primeiros por aqui. Tinha menos de 1m de altura e por volta de 30kg, mas 2,5m de comprimento.

Esteve em nossas terras – encontrado no Rio Grande do Sul – há 227 milhões de anos. Foi um dos primeiros dinossauros do Planeta e o primeiro a ser descrito no Brasil, em 1970.

O primeiro nome significa “lagarto Cruzeiro do Sul” em homenagem à constelação que fica sobre o país e o segundo se refere a seu descobridor, mencionado acima

Amazonsaurus Maranhensis

É outro com nome genuinamente brasileiro. Os fósseis têm 100 milhões de anos, ou seja, é do período Cretáceo. Herbívoro, tinha 3m de altura e 10m de comprimento; com tal tamanho, pesava 10 toneladas. Obviamente, o nome do animal se refere ao local onde seu fóssil foi encontrado

Pampadromaeus barberenai

O longo pescoço dessa espécie indica que se alimentava de vegetais. Com apenas 50 cm de altura, 1,2 m de comprimento e pesando em torno de 15 kg, parece ter sido presa fácil de outras espécies. Viveu há quase 230 milhões. Como foi descoberto nos pampas gaúchos, o local emprestou o nome ao animal; “dromeus” significa “corredor” em grego.

Baurutitan britoi

Herbívoro do período Cretáceo, isto é, de 70 milhões de anos, tinha 4m de altura, 12m de comprimento e 30 toneladas de peso. Encontrado em Uberaba, Minas Gerais, seu nome homenageia o grande paleontólogo brasileiro Ignácio M. Brito

Eles podem ter estado inclusive no Paraná

Em meados de 2018, o cientista paleontólogo teuto-brasileiro anunciou a grande chance de encontrar ovos de Pterossauros no Paraná. Ele é especialista nessa espécie, dinossauros alados.

Há apenas dois locais no mundo em que semelhantes já foram encontrados: Argentina e Chile. Agora, o município de Cruzeiro do Oeste pode ser o terceiro.

Segundo o especialista, seus estudos indicam que é apenas questão de tempo. Há fortes indícios de que o animal tenha vivido naquela região ou, pelo menos, que alguns indivíduos tenham morrido lá.

Aliás, os fortes indícios parecem ser mais que isso. Escavações encontraram muitos ovos do animal em grande área. Certamente, a fêmea poedeira e outros elementos podem estar enterrados próximos a eles.

Ainda: já em 2014, o mesmo cientistas organizou equipe do Centro de Paleontologia da Universidade do Contestado de Santa Catarina. Na ocasião, descobriram quase 50 fósseis de Pterossauro de 80 milhões de anos.

Algumas curiosidades sobre eles

Os dinossauros possuem muitas curiosidades e despertam a curiosidade.
Os dinossauros possuem muitas curiosidades e despertam a curiosidade.

Curiosidades físicas

  • Pernas: as pernas dos dinossauros é um dos diferenciais em relação a lagartos. Eram posicionadas bem abaixo do corpo e eram mais eretas. A dos lagartos saem das laterais do corpo
  • Dentes: não era raro que dinossauros herbívoros apresentassem quase mil dentes
  • Espinossauro: pesquisas mostram que esse foi o maior carnívoro que já existiu. Chegavam a 6m de altura e 15m de comprimento. Apesar disso, o peso não era dos mais expressivos: 7 toneladas
  • Orelhas: que orelhas?! Não tinham. Diversos ossos de vários tamanhos, localizados na região dos ouvidos, vibravam sob efeito de sons e o cérebro interpretava o barulho
  • Ovos: Aqueles animais eram realmente grandes, como você sabe. O que talvez não saiba é que seus ovos eram infinitamente pequenos se comparados com o tamanho deles: 30cm, mais ou menos como uma bola de basquete
  • Tamanho: a palavra dinossauro sempre dá impressão de gigantismo. Aliás, por isso escolhemos o título deste artigo. Entretanto, boa parte deles era realmente pequena. O menor foi Anchiornis huxleyu não era maior que o menor dos papagaios, por exemplo

Curiosidades diversas

  • Argentinossauro: foi o maior herbívoro conhecido. Bem, seus 45m de comprimento, 21m de altura e 80 toneladas não nos deixam mentir
  • Comunicação: de alguma maneira, havia um processo de comunicação entre eles. Segundo análises fósseis, emitiam sons agudos com algum significado que se refletiam nos troncos das árvores. Além disso, também golpeavam o chão para indicar alguma sensação: raiva, medo, cio etc. Também usavam movimentos de cabeça para enviar alguma espécie de mensagens
  • Dinos de hoje: bem, pode ser parente distante e não parecer, mas o frango atual é o que mais próximo existe do terrível Tiranossauro rex
  • Fezes: elas também são importantes para os pesquisadores. Dizem tanto sobre os dinossauros – ou até mais – que os próprios ossos encontrados
  • Indícios fósseis: as primeiras informações sobre esses animais foram descobertas somente no início do sec. 17
  • Mulheres pesquisadoras: ao contrário do que se imagina ainda hoje, havia mulheres ativas na ciência já há mais de 2 séculos. Mary Anning, nascida em 1799, foi empresária e paleontóloga britânica que ofereceu incrível quantidade de achados do reino dos dinossauros
  • Nome: a gente já falou acima que “dinossauro” se refere a “lagarto”. A palavra foi criada por Richard Owen em 1842, um pesquisador britânico. Para ele, os primeiros fósseis encontrados pareciam ser de um grande lagarto
  • Puns: uma espécie determinada tinha fama de ser o maior ser flatular de que se tem notícias. O Saurópode era enorme e tinha pescoço muito comprido, mas era o estômago que chamava atenção. Era uma espécie de espaço de fermentação com numerosas colônias de bactérias. Elas ajudavam no digestão, mas produziam gazes com cheiro horrível (o animal não devia ser chamado com frequência para happy hours)

Concluindo

Você viu e certamente já sabia, dinossauros eram seres fascinantes. E ainda são. Muito do que se sabe sobre eles pode indicar caminhos para as civilizações atuais, em especial em relação ao futuro.

Neste caso, o mundo atual precisa muito conhecer o mundo antigo. Pode até mesmo ser questão de sobrevivência.

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