Yorkshire Terrier

O Yorkshire Terrier, também chamado de Yorkie, é uma raça canina de pequeno porte do grupo dos Terriers, desenvolvida na Inglaterra em meados do século XIX, originalmente para o trabalho de controlar a população de ratos nas minas de carvão, usinas e fábricas de algodão.

Os Yorkies originais possuem uma história bem diferente de todo o glamour que circunda a raça nos dias de hoje, mas é preciso lembrar que naquela época estes Yorkies pesavam muito mais, quase que o dobro do peso que possuem hoje. Não importando a sua origem, mesmo naquela época, seus criadores logo perceberam todo um potencial para uma bem sucedida raça de companhia.

Após cruzamentos específicos, o padrão de tamanho, beleza e comportamento foi atingido, muito embora não se tem o total conhecimento das raças usadas nestes cruzamentos, mas assume-se que eram todas do tipo terrier, provavelmente Malteses, de quem herdaram a pelagem sedosa e esvoaçante.

À princípio a raça não chegou a fazer muito sucesso quando foi apresentada pela primeira vez ao público em 1880, mas hoje é uma das raças mais populares e mais vendidas em todo mundo.

Saiba mais sobre o Yorkshire abaixo:

Índice de conteúdo:

Ficha Técnica da raça Yorkshire Terrier

Origem: Inglaterra
Data de origem: metade do século XIX
Grupo de Raças: FCI Grupo 03 – Cães Terrier – de companhia / AKC Terrier, Toy.
Função original: rateiro ou caçador de ratos
Função atual: cão de companhia
Outros nomes ou apelidos: York, Yorkie
Tamanho: porte pequeno
Altura: de 15 cm a 24 cm
Peso: de 2,5 kg a 3,5 kg
Cores: preto, castanho e cinza
Pelos: longos, lisos, finos e sedosos
Manutenção: constante, escovações diárias.
Expectativa de vida: cerca de 12 a 15 anos
Filhotes: cerca de 2 a 5 filhotes
Reconhecimento (Canil):

Introdução à raça Yorkshire Terrier

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Linda Yorkshire fêmea e sua “chuquinha” com lacinho vermelho de bolinhas brancas. (Créditos/Copyright: “Seregraff/Shutterstock”)

A herança terrier do Yorkshire pode ser reconhecida na sua expressão inteligente e astuta, porte confiante, coragem e independência, apesar do corpinho compacto e frágil.

Embora seja uma raça bem pequena, é muito apreciada pela sua pelagem longa, sedosa, fina, brilhante e perfeitamente lisa. A cor é a sua marca registrada, podendo ser cinza a cinza escuro, castanho a castanho claro.

Desde que se exercitem um pouco todos os dias — como uma boa sessão de brincadeiras em casa ou uma pequena caminhada pelo quarteirão — os Yorkies são uma das raças que mais se adaptam a apartamentos.

Ignorando o seu tamanho, Yorkies estão sempre ávidos por aventura e confusão. São curiosos, inquisitivos, destemidos, teimosos e podem ser agressivos com outros animais desconhecidos, por conta da sua ancestralidade terrier.

Embora alguns possam latir bastante quando desconfiados, podem também ser ensinados facilmente a não fazer isso. Os Yorkshire Terriers são afetuosos com a sua família, e apesar da sua coragem, também possuem um lado doce.

Por esta razão, ele precisa de muita atenção e companhia. E não tem nada que eles gostem mais que ficar no colo do dono o dia inteiro. Assim, muitas horas afastados não é uma boa ideia para um Yorkie.

Ele também não é uma boa raça para crianças, mas ideal para quem possui mais tempo em casa. Por causa do seu tamanho, Yorkshire Terriers são mais recomendados a crianças mais velhas, que saibam lidar com cachorros pequenos.

Para resumir, os Yorkies possuem uma dose de atitude combinada a uma natureza inteligente e brincalhona, considerado uma verdadeira companhia leal. Por causa da sua enorme popularidade é também uma das raças mais visadas e roubadas hoje em dia.

Origem da raça Yorkshire Terrier

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Yorkshire Terrier posando com toda a sua elegância de pelagem lisa e sedosa. (Créditos/Copyright: “Mr. SUTTIPON YAKHAM/Shutterstock”)

O Yorkie foi criado por trabalhadores do norte da Inglaterra por volta de 1.800, que desenvolveram a raça para que esta pudesse exterminar os terríveis ratos e camundongos que costumavam infestar as usinas e fábricas de algodão e minas de carvão nas quais trabalhavam nesta época.

Estes cães, originalmente de caça, eram capazes de penetrar buracos de raposas e texugos, além de capazes de exterminar rapidamente os ratos.

O Yorkie e sua ancestralidade Terrier

A raça não é tão velha, possui aproximadamente 100 anos de vida, mas a sua origem não é inteiramente clara. Contudo, diz-se que foi durante a Revolução Industrial que imigrantes escoceses a procura de trabalho nas fábricas de algodão de Yorkshire trouxeram alguns tipos de terrier com eles.

Tanto é que, a área de Yorkshire na Inglaterra é conhecida por produzir excelentes animais, por isso acredita-se que o Yorkie não foi nenhum acidente, mas o resultado de cruzamentos propositais entre uma variedade grande de terriers da época, incluindo o Waterside Terrier, Skye Terrier, Dandie Dinmont, Manchester Terrier, Terriers Ingleses Castanho e Preto de Pelos-duro, Maltês e o extinto Clydesdale (Paisley Terrier).

Estes supostamente foram cruzados com tipos locais como o Leeds Terrier de pelos longos, mas o Waterside Terrier foi um dos seus principais progenitores; um tipo de cão azul-cinzento de pelos longos trazido da Escócia por tecelões escoceses.

De origem modesta à hit de moda

Devido às suas raízes modestas, o Yorkshire Terrier inicialmente foi desprezado pela nobreza e aristocracia. À princípio, o Yorkie era muito maior que os de hoje, porém cruzamentos selecionados dos menores exemplares foram gradualmente miniaturizando o Yorkie, e com o passar dos anos transformando a raça em um enorme “hit” da moda.

Até os mais esnobes não conseguiam negar a beleza óbvia da raça, e assim, em pouco tempo, os Yorkies estavam sendo expostos mostrando toda a sua graça, assim como conquistando os colos de damas mais abastadas.

Todas as mulheres passaram a carregar estes pequenos cães dentro de bolsas, debaixo dos braços, e em seus colos. Yorkshire Terriers foram registrados pela primeira vez no Clube de Raça Inglês em 1874.

Já em 1880, Yorkies foram para a América, e foi reconhecido pela AKC em 1885. O primeiro Clube de raça Yorkshire Terrier na Inglaterra foi formado em 1898.

Aprimoramento da raça e auge de sua popularidade

Em 1900, admiradores da raça dos dois lados do Atlântico decidiram que o tamanho menor era o preferido e esforços foram feitos para que fosse criado um padrão menor de Yorkie com pelos mais longos.

Foi um sucesso, e o Yorkshire Terrier moderno é um dos cães de pelos longos menores e mais luxuosos que existem. Estas características aliadas a sua herança terrier fizeram dele um dos cachorros favoritos e mais constantes entre donos de animais de estimação e expositores.

Aparência do Yorkshire Terrier

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Yorkshire fêmea e seu lacinho no topo da cabeça dando todo charme a raça. (Créditos/Copyright: “Toloubaev Stanislav/Shutterstock”)

O Yorkshire Terrier é um cão toy terrier de corpo bem proporcional e de uma aparência limpa e compacta. Eles andam de maneira orgulhosa e transbordam uma aura de autoconfiança e vigôr.

Possuem costas curtas e uma linha dorsal nivelada. A altura do seu comprimento é aproximadamente a mesma que a largura dos ombros. As suas patas, ambas, traseiras e dianteiras são retas quando vistas de costas, mas seus joelhos são notavelmente dobrados quando vistos em perfil, sendo que os cotovelos apontam tanto para dentro quanto para fora.

Os pés são redondos e apresentam dedos pretos. O Yorkshire Terrier possui uma cabeça pequena e arredondada, com o topo levemente reto e focinho de tamanho médio e proporcional com nariz preto.

Os dentes de fecham em nível ou mordida de tesoura. Possuem olhos escuros e brilhantes e um par de orelhas de tamanho médio em forma de V, sempre eretas.

A pelagem

Os seus pelos são brilhantes, sedosos, lisos e de textura fina, caindo sobre ambos os lados. Os pelos se dividem desde a face partindo da cabeça até o final da cauda, sendo que no focinho são bem longos.

Geralmente, os filhotes nascem pretos ou castanhos e vão mudando de cor gradualmente para o azul acinzentado até o seu primeiro ano de vida. Eles tendem a ficar mais claros com a idade e devido a mudanças hormonais as cores também podem ser afetadas. As fêmeas no cio tendem a ficar mais claras, e depois mais escuras quando passa.

A cabeça é dourada e brilhante, com pelos castanhos mais escuros na raiz que nas pontas. Os pelos são também um pouco mais escuros na base das orelhas e no focinho, mas o castanho da cabeça não passa das orelhas, e os pelos pretos não se misturam com os castanhos.

Os pelos da cabeça são tão abundantes que é necessário fazer uma “chuquinha” para evitar que atrapalhe a sua visão, sendo que alguns donos optam por cortá-los. Suas patas são castanhas também, e a cauda geralmente é amputada pela metade do comprimento original e carregada mais alta que as costas.

Ambiente Ideal para o Yorkshire Terrier

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Dupla de Yorkshires fêmeas deitadas em um banco exibindo toda a sua elegância.(Créditos/Copyright: “Birute Vijeikiene/Shutterstock”)

O Yorkie é bom para quem vive em apartamentos e pequenas residências, pois é uma raça que se adapta bem em locais pequenos. É bastante ativo dentro de casa e não ligam se não possuem jardim.

O Yorkie é sensível ao frio e prefere climas mais amenos e mais quentes. Precisam de atividades físicas regulares apesar do tamanho, e gostam de oportunidades para correr livremente e brincar. Precisam caminhar ocasionalmente na coleira para suprir seus intintos caninos, não devendo ser carregado o tempo inteiro.

Temperamento & Personalidade do Yorkshire Terrier

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Dupla de filhotes de Yorkshires juntos na cesta interagindo com carinho. (Créditos/Copyright: “anetapics/Shutterstock”)

O temperamento de qualquer cão é afetado por inúmeros fatores, incluindo hereditariedade, treinamento, e socialização. Os filhotes que possuem bons temperamentos costumam ser curiosos e brincalhões, costumam se aproximar das pessoas e gostam de ser carregados por elas.

Como todo cão, o Yorkshire Terrier precisa de socialização desde filhote — o exponha à diferentes pessoas, locais, sons, cenas e experiências. A socialização ajuda a garantir que o seu Yorkie cresça saudável tornando-se um cão bastante sociável.

personalidade marcante

Inteligente e confiante, o Yorkshire Terrier é uma combinação de cão pequenino e adorável com espírito aventureiro terrier.

A raça apresenta uma variedade de personalidades, mas duas bem distintas. Alguns são mansos e afetuosos, capazes de não querer nada mais que seguir os passos de seus donos por onde quer que vão.

Yorkies mansos e afetuosos possuem uma natureza ousada, mas eles tendem a ser mais tranquilos. Alguns dizem que os machos são mais doces e que gostam mais de ficar no colo aconchegados, enquanto que as fêmeas são mais específicas sobre quando — e se — desejam ficar no colo. Outros são levados, extrovertidos e curtem de tudo.

O Yorkie pode ser territorial e gosta de ter o seu espaço respeitado. Ele é tolerante com crianças mais velhas se tratado com carinho, desde que respeitem o seu espaço pessoal.

Devido ao seu tamanho e temperamento forte (que vem das suas origens terrier), o Yorkshire Terrier não é recomendado a crianças pequenas a não ser que sejam sempre supervisionados, pois elas podem machucá-los ou judiar deles, causando uma reação mais agressiva neles ao tentarem se defender ou se livrar delas.

Inércia não é o seu forte

O Yorkie também pode ser independente e assertivo. Ocasionalmente, pode até ser corajoso e agressivo demais ao lidar com outros cães maiores, mas se dá bem com gatos e outros animais menores de estimação.

Embora o Yorkshire Terrier seja uma raça do tipo Toy ou de companhia, ele não irá se acomodar com uma vida monótona. Eles são ávidos por uma aventura.

São altamente energéticos, corajosos, leais e astutos. Eles são inteligentes e independentes demais, o que faz com que eles sejam tanto divertidos como teimosos demais.

Os Yorkies adoram agradar — até que algo mais interessante chame a atenção deles. Portanto, se você deseja um cão de colo bem preguiçoso, é melhor escolher outra raça.

Limites são importantes!

Qualquer que seja a sua personalidade, estabeleça limites sempre e desde cedo, e o seu Yorkie será uma companhia maravilhosa, mas se você mimá-lo, é melhor tomar cuidado!

Yorkshire Terriers parecem não ter consciência do seu tamanho. Com donos que entendam como tratar um cão pequeno, o Yorkie é capaz de prosperar. Ele é afetuoso com o seu mestre, mas se o seu dono não se comportar como líder, ele pode se tornar desconfiado de estranhos e agressivo com cães desconhecidos e pequenos animais. Ele pode ficar barulhento ao tentar te dizer o que eles querem que você faça.

Por ter a ancestralidade de um verdadeiro terrier, precisa de alguém que saiba como ser um líder. Por serem pequenos, a maioria das pessoas permitem que eles se safem com alguns comportamentos que nenhum cão deveria ter. Isto acaba mudando o temperamento do cão, e ele passa a mandar na casa.

Yorkies que se tornam exigentes e dependentes, querendo mais atenção humana e ciumentos, surtando se surpreendidos, amedrontados ou irritados, possuem donos que precisam repensar como estão tratando seus cães.

Donos que não suprem as necessidades de seus cães de forma natural podem se tornar superprotetores e neuróticos. Os Yorkies devem ter limites e regras a seguir sempre. Quando seus donos sabem mostrar liderança de forma adequada, o Yorkshire Terrier é doce e amável, podendo ser confiável com qualquer um, até com crianças pequenas.

Saiba escolher seus filhote

O Yorkshire Terrier perfeito não nasce perfeito, ele é produto da sua hereditariedade e criação. Seja lá o que você deseja dele, procure por um que tenha tido pais com boa personalidade e que tenham sido socializados desde filhotes.

Qualquer cão pode desenvolver níveis desagradáveis de latidos, cavações e outros comportamentos inadequados se estiver entediado, destreinado ou não supervisionado. Compre um filhote que tenha sido criado em casa e tenha certeza de que ele foi exposto a diferentes locais e sons, assim como pessoas antes de ir para outro lar.

Continue socializando-o sempre levando a casa de amigos e vizinhos, assim como a passeios públicos. Antes de comprar um filhote, procure saber como escolher o filhote ideal e não deixe de conversar com o seu criador, descreva exatamente o que você procura em um cachorrinho, e peça ajuda para escolher um filhote.

Os criadores costumam conviver com filhotes todos os dias e podem dar excelentes recomendações uma vez que saibam um pouco sobre o seu estilo de vida e personalidade.

Cuidados & Manutenção do Yorkshire Terrier

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Yorkshire filhote fazendo dengo irresistível. (Créditos/Copyright: “Nataliya Kuznetsova/Shutterstock”)

Comece a acostumar o seu Yorkshire Terrier à ser escovado e examinado desde filhote. Mecha em suas patas com frequência — os cães costumam ser sensíveis com relação às suas patas — e olhe dentro de sua boca e orelhas.

Torne essa manutenção uma experiência positiva cheia de elogios e recompensas, e assim você irá construir a base para exames veterinários e idas ao petshop mais fáceis de se lidar.

Ao checá-lo, procure por machucados, arranhões, feridas ou sinais de infecção como vermelhidão, inchaço, ou inflamação na pele, nas orelhas, nariz, boca, olhos e patas. Este rápido exame pode levar a diagnósticos mais cedo e evitar maiores problemas de saúde.

Dentes, orelhas precisam de atenção

Escove os seus dentes 2 ou 3 vezes na semana para remover tártaro e bactéria que proliferam dentro da boca – diariamente é ainda melhor para prevenir gengivite e mau hálito e ainda evitar o caimento de dentes precoce. Corte suas unhas uma ou duas vezes ao mês se não forem gastas naturalmente.

E cheque suas orelhas uma vez por semana por sujeira, vermelhidão ou mal cheiro que possam indicar infecções. Limpe-as semanalmente usando loção de de PH equilibrado para evitar maiores problemas. Se tiver pêlos no canal do ouvido, arranque com os dedos ou peça para o veterinários ou profissionais do petshop pra fazer isso por você.

A pelagem merece cuidados

É necessária uma manutenção diária. Seus pelos precisam ser escovados e penteados diariamente ou, pelo menos toda semana. Os cães de exposição precisam de horas de manutenção, os donos de animais de estimação optam por pelos curtos, para uma aparência mais despojada.

Banhe o seu Yorkie semanalmente para manter seus pelos lindos e brilhantes. Não é preciso esfregar os pelos, apenas aplique o shampoo depois de molhá-los e corra os dedos sobre eles para limpar e tirar toda sujeira.

Aplique o condicionador e depois enxágue completamente sem deixar resíduos para evitar coceiras e alergias. Pode aplicar condicionador em spray para escová-los, e nunca escove os pelos secos ou sujos para não quebrá-los.

Depois de escovado e seco, pegue o cabelo do topo de sua cabeça, faça uma “chuquinha” e coloque o seu melhor laço, para evitar que esses pêlos caiam em seus olhos.

O lado bom é que os Yorkies não soltam muitos pêlos, entretanto, isso pode variar de acordo com o cão. E não acredite em ninguém que diga que os Yorkies são “cães hipoalergênicos”.

Atividade & Exercícios do Yorkshire Terrier

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Yorkshire correndo livre pelo jardim. (Créditos/Copyright: “Imageman/Shutterstock”)

O Yorkshire Terrier pode ter todas as suas necessidades físicas atingidas apenas brincando dentro de casa, mas ainda assim prefere caminhar diariamente ou correr livremente em um jardim seguramente cercado.

Os cães que não costumam caminhar diariamente são mais suscetíveis a apresentar problemas de comportamento. Eles amam perseguir sombras, deitar sob feixes de luz e raios de sol, brincar de pega-pega, e qualquer outra coisa que envolva tempo com o seu dono.

Quanto mais atenção ele receber, melhor para ele. O importante é dar os estímulos certos e mais adequados à raça do seu cachorro.

Para entender melhor o que pode ou não pode ser feito em termos de exercícios e estímulos, é preciso saber como estimular a mente do seu cão, e ter sempre em mente quais são os cuidados básicos na hora de exercitar o seu cachorro.

Existem diversos motivos para exercitar e estimular o seu cão, mas o mais importante deve ser a saúde física e mental dele, sem falar que um cachorro saudável pode viver por muito mais tempo.

Saúde do Yorkshire Terrier

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Yorkshire alegre no jardim. (Créditos/Copyright: “Birute Vijeikiene/Shutterstock”)

Sabe-se que cada raça de cachorro tem predisposição a determinadas doenças. O Yorkshire não passa ileso a essa regra, infelizmente. Isso, porém, não significa que todos os indivíduos da raça terão as doenças que serão descritas no artigo, e sim que há chance de desenvolvê-las no decorrer da vida.

Para quem compra ou adota um cachorro de uma raça específica, ajuda muito já conhecer os riscos.

É muito importante, também, comprar cães de criadores éticos e responsáveis. Procure sempre conhecer, portanto, o trabalho do criador e os pais do seu filhote. Verifique se os pais possuem alguma doença que possa ser eventualmente transmitida à próximas gerações. Questione o criador sobre isso.

Problemas ortopédicos

Primeiramente, devido ao seu tamanho e fragilidade, Yorkshires são suscetíveis a fraturas e outros acidentes. Além disso, possuem predisposição racial às seguintes doenças ortopédicas:

Luxação de Patela

Trata-se de deslocamento da patela (ou rótula) de sua posição anatômica normal, que fica no sulco troclear do fêmur, durante a fase de crescimento e adulta dos cães.

A causa pode ser congênita ou traumática. Em caso de luxação, o cachorro irá tirar a pata afetada do chão e apresentará claudicação. Esse sinal geralmente costuma aparecer por volta dos 4 meses de idade. As fêmeas são mais afetadas do que os machos.

Doença de Legg-Calvé-Perthes

Yorkshires podem apresentar a doença de Legg-Calvé-Perthes, ou necrose asséptica da cabeça do fêmur.

Trata-se de uma doença ortopédica que afeta a articulação do quadril de animais em crescimento, especificamente a cabeça do fêmur. Como o nome indica, caracteriza-se por uma necrose, sem que haja qualquer envolvimento de microrganismos (daí a designação asséptica). A verdadeira causa desta condição permanece desconhecida. A maior parte dos pacientes tem entre 4 e 11 meses de idade, sendo os machos e as fêmeas igualmente atingidos.

Disturbios oculares

Yorkshires têm predisposição ao desenvolvimento de catarata.

Tendência a distúrbios respiratórios

Yorkshires tem tendência ao desenvolvimento de três patologias respiratórias: Colabamento traqueal, bronquite crônica e fibrose pulmonar. Todavia, as três doenças possuem sinais clínicos parecidos, como tosse e intolerância a exercícios.

Colabamento traqueal

Condição de origem congênita comum em cachorros de raças pequenas como Poodle, Yorkshire, Chihuahua, Lulu da Pomerânia, Maltês, Pequinês, entre outros. Trata-se da deformação da traqueia, tubo que conecta a parte superior do sistema respiratório com a inferior, e cuja obstrução impede que circule quantidade de ar suficiente. Além disso é uma doença progressiva e degenerativa.

Costuma ser diagnosticada entre os 6 e os 7 anos do cachorro, e quando se manifesta antes dos 12 meses, indica uma condição mais grave.

Bronquite Crônica

Este tipo de distúrbio tem origem desconhecida em cães. Entretanto, é provável que os responsáveis pela inflamação das vias aéreas e pelos sintomas sejam irritação da mucosa e/ou estímulo imunológico.

Fibrose Pulmonar

Assim como a bronquite crônica, tem etiologia desconhecida em cães. Provavelmente ocorre por diversos fatores como inalação de drogas, substâncias químicas, infecções ou inflamações. Entretanto, em algumas raças, como o Yorkshire, o desenvolvimento da doença pode ter um fundo genético.

Melanodermia e alopecia do Yorkshire

Trata-se de uma dermatose de etiologia desconhecida e aparece em yorkshires jovens, podendo ser herdada. Os cães afetados desenvolvem alopecia simétrica e hiperpigmentação dos pavilhões auriculares, ponta do nariz e às vezes pés e cauda. Todavia, esta patologia não causa prurido nem dor.

Hidrocefalia

A hidrocefalia é o acúmulo excessivo de líquido cerebrospinal nos ventrículos do cérebro e normalmente é observada em filhotes jovens das raças Yorkshire, Pinscher, Chihuahua, Maltês, Lhasa Apso, Shih Tsu entre outros. É um defeito congênito ou seja, o cachorro pode nascer com esse problema que vai se agravando nos primeiros meses de vida.

Meningoencefalite Necrosante do Yorkshire

Doença que começa a se manifestar em cães entre 9 meses e 4 anos. É uma doença de evolução rápida, cuja origem é desconhecida. Entretanto, acredita-se ser uma condição genética, sendo de ocorrência mais comum quando há cruzamento com grau de parentesco próximo. Infelizmente não tem cura.

Os sinais na forma aguda são convulsões, dor cervical, ataxia e cegueira cortical. Na forma crônica também observam-se convulsões, todavia começam de forma leve e progridem por semanas para convulsões mais intensas e frequentes.

Hipoglicemia

Yorkshires podem vir a desenvolver hipoglicemia, ou seja, baixo nível de açúcar no sangue. Isso pode ocasionar colapso muito rapidamente. Portanto, pequenas refeições durante o dia podem ser necessárias.

É preciso dar atenção especial a produtos tóxicos como chocolate ou fertilizantes. Por serem muito pequenos não será preciso uma grande quantidade para intoxica-los acidentalmente.

Desvio Portossistêmico Congênito (DPS)

O desvio portossistêmico, ou shunt portossistêmico, é uma anomalia circulatória hepática comum em cães. Trata-se da conexão anormal entre a circulação portal e sistêmica que desvia o fluxo sanguíneo do fígado em variados graus.

Deste modo, substâncias tóxicas e hepatotróficas importantes (oriundas do pâncreas e dos intestinos) são absorvidas e enviadas diretamente para circulação, sem passar pelo fígado.

Esse quadro pode levar, enfim, à atrofia e disfunção do fígado, diminuindo cada vez mais o metabolismo hepático das toxinas intestinais que se acumulam no sangue. O tratamento é cirúrgico.

Displasia Microvascular Hepática

Condição na qual os vasos microscópicos dentro do fígado que se ramificam para fora da veia porta, são anormais. Ou seja, podem estar subdesenvolvidos ou, até mesmo, completamente ausentes. Devido ao fluxo sanguíneo reduzido, o fígado se atrofia, ou se torna menor. Portanto, não consegue desempenhar as suas funções normais.

Persistência do Ducto Arterioso (PDA)

Trata-se de uma anormalidade cardiovascular congênita. É encontrada também em cães de outras raças como Chihuahua, Pastor Alemão, Pastor de Shetland, Cavalier King Charles Spaniel, Springer Spaniel. As fêmeas, todavia, são mais predispostas.

O ducto arterioso é um vaso originado do sexto arco aórtico esquerdo. Durante a vida fetal, desvia o sangue da artéria pulmonar para a artéria aorta, fechando-se momentos após o nascimento, passando dessa forma a ser chamado de ligamento arterioso.

A falha na oclusão deste ducto é, portanto, o que caracteriza a PDA. Ou seja, quando o ducto permanece aberto após o nascimento e há desvio significativo de sangue, ocorre diferença de pressão. Isso implica, portanto, em desvio de sangue da aorta para artéria pulmonar, misturando o sangue arterial com o sangue venoso.

Este desvio faz com que o sangue retorne à circulação pulmonar e em seguida ao átrio e ventrículo esquerdos, ocasionando dessa forma a sobrecarga atrioventricular esquerda e consequente insuficiência cardíaca congestiva esquerda.

Outras observações

Claramente, o Yorkshire, assim como todos os outros cachorros, pode desenvolver outras doenças ao longo da vida, mesmo não tendo predisposição racial. Todavia, com os devidos cuidados, o cachorro pode ter uma vida muito saudável é até mesmo estender sua longevidade.

A raça costuma viver cerca de 12 a 15 anos, o que não quer dizer que ele não possa viver por mais tempo. Por isso, o acompanhamento do médico veterinário, assim como conhecer bem seu próprio cachorro, é essencial para detectar precocemente a presença de alguma patologia.

Criadores responsáveis costumam investigar e testar seus cães para evitar doenças genéticas e reproduzir apenas as espécies mais saudáveis e de melhor aparência. Entretanto, um filhote pode, de fato, desenvolver uma destas doenças mesmo em reproduções cuidadosas.

(Correções e revisões feitas pelo médico(a) veterinário(a) Dra. Valentina Vecchi, CRMV/SP:21838)

Treinamento do Yorkshire Terrier

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Dupla de Yorkshires juntos interagindo. (Créditos/Copyright: “Kryuchka Yaroslav/Shutterstock”)

Esta raça aprende rápido. A maioria dos Yorkies respondem bem ao treinamento porque adoram a atenção que costumam receber por fazer truques e participar de competições. O treinamento deve ser consistente e firme.

Não gostam de serem ignorados, por isso recompensas costumam ser sucesso. Ele aprenderá melhor através de sessões de treinamento divertidas que envolvam repetição e técnicas de esforço positivo, elogios e recompensas.

Quando o treinamento é divertido, ou seja, mistura técnicas de adestramento com diversão, o resultado é sempre muito mais positivo. Algumas dicas de como se divertir exercitando o seu cachorro poderão ajudar você a treiná-lo brincando.

É muito fácil mimar um Yorkie — ele é capaz de aprender boas maneiras como todo cão, mas aqueles que deixam seus filhotes fazer o que quiserem só porque são pequeninos e fofos, acabam descobrindo que é muito mais difícil quebrar os maus hábitos quando adultos.

É melhor mostrar o que podem ou não fazer desde filhotes e recompensá-los por fazerem a coisa certa. Quando você se esforça, é certo que obterá sucesso ao treinar o seu Yorkie. É importante conhecer o seu cão e entender quais são as atividades preferidas do cachorro.

Ensiná-lo a sentar, deitar e ficar no lugar é vital para o treinamento de um filhote. Há vários métodos para treinar o seu filhote a fazer suas necessidades em local apropriado.

Considere o método da caixa se precisar adaptar o seu Yorkie a um ambiente seguro e confinado por razões de conforto e segurança. O Yorkshire Terrier é inteligente e capaz de apender rapidamente se você for consistente e firme, mesmo com a sua natureza independente e teimosa.

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(Correções e revisões feitas pelo médico(a) veterinário(a) Dra. Valentina Vecchi, CRMV/SP:21838)

3 comentários em “Yorkshire Terrier”

  1. Quando conheci minha mulher ela tinha um Yorkie que vivia seguindo ela pela casa. Quando não estava seguindo, estava em sue colo. E eu confesso que odiava isso – em parte porque também o cachorro nem me notava, não vinha quando eu chamava, nem ligava pra minha presença. No entanto, com o passar do tempo, um foi conquistando o outro devagar, e hoje ele vem no meu colo, passeia de carro comigo, vamos as ocmpras juntos, aos bares e ainda brinca de trazer as coisas que eu jogo pra ele buscar melhor que o nosso Labrador. Eles dão um pouco de trabalho com a manutenção dos pêlos, mas eu costumo cortar bastante no verão, deixando apenas os do rosto. A raça é maravilhosa, é dócil, deixa você cuidar sem problema – pegar no colo, escovar os dentes, pentear os pelos, limpar olhso e orelhas, tudo. Eles também possuem um enorme coração e adoram receber carinho e atenção. Só não gostam de ficar sozinhos e alguns são um pouco tímidos com relação aos outros – demoram a se apegar. Como foi comigo. Mas depois de conquistados são seus amigos para sempre!

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