Pequinês

A raça Pequinês sempre foi mantida em grande estima pela côrte imperial da China, e apenas membros do Palácio Imperial Chinês poderiam tê-los. Eles eram considerados pelos chineses um guardião espiritual devido à sua semelhança ao leões chineses sagrados.

Todavia, em 1860, após saque feito ao Palácio Imperial por tropas britânicas, estes cães foram levados ao Ocidente. Dizem os registros históricos que apenas cinco destes animais sobreviveram ao massacre promovido pela realeza chinesa, que preferia ver seus cães mortos a vê-los nas mãos de estrangeiros.

A aprovação real junto a lendas românticas sobre a raça Pequinês trouxeram popularidade instantânea ao Peke. Sua personalidade é descrita como altiva e independente o suficiente a ponto de não exigir atenção constante.

É considerado bom cão de alarme, pois apesar de ignorar estranhos ao seu convívio, é afetuoso, leal e protetor de seu lar e família, e não teme soar o alarme se pressentir algo suspeito. Ele não é o tipo de cão que se intimida fácil, é corajoso e por mais que não seja capaz de iniciar uma briga, não costuma fugir de uma.

Leia mais sobre o Pequinês abaixo!

Índice de conteúdo:

Ficha Técnica da raça Pequinês

Origem: China
Data de origem: 4.000 anos / 1.860
Grupo de Raças: FCI Grupo 09 – Cães de companhia / Herding, AKC Grupo Toy.
Função original: cão de companhia
Função atual: cão de companhia
Outros nomes ou apelidos: Peke, Cão Leão, Cão Foo, Cão Fu, Palasthund de Pequim.
Tamanho: pequeno porte
Altura: de 30,4 cm a 45 cm
Peso: de 3,6 kg a 4,5 kg
Cores: todas cores e combinações possíveis
Pelos: lisos, longos
Manutenção: difícil, escovações semanais.
Expectativa de vida: cerca de 10 a 15 anos
Filhotes:
Reconhecimento (Canil): FCI, AKC, UKC, KCGB, CKC, ANKC, NKC, NZKC, PCA, APRI, ACR, DRA, NAPR, ACA.

Introdução à raça Pequinês

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Trio de Pequineses brancos filhotes em cima de um banco juntos. (Créditos/Copyright: “Grisha Bruev/Shutterstock”)

O Pequinês é um ótimo companheiro, extremamente leal, porém não muito de demonstrar. Embora seja afetuoso e brincalhão ao redor de seus familiares, pode não ser muito atlético ou brincalhão o suficiente para a maioria das crianças.

Embora crianças se interessem muito por cães pequenos, o Pequinês não é uma raça adequada para famílias com crianças pequenas que podem tratá-lo mal ou judiar dele.

Eles não irão tolerar ser agarrados ou cutucados e não hesitarão em se defender. Pekes também não se dão com outros cães e preferem a companhia de outros da mesma raça, e ainda levam mais tempo a se acostumar com outros animais de estimação.

A sua teimosia é legendária. Até porque não é novidade nenhuma a sua atitude arrogante e cheia de si devido ao seu histórico de favorito imperial. Ele é capaz de cumprimentá-lo com dignidade e orgulho, pois tem consciência de que seus antepassados eram companhias da realeza e por isso continua a exigir o mesmo respeito.

Se você está procurando por um cão devotado, afetuoso e amável, que seja capaz de tratá-lo com respeito e dignidade e esperar o mesmo tratamento vindo de você, então o Pequinês é uma raça a ser considerada.

Contudo, eles precisam de alguém que entenda as suas necessidades e que esteja preparado para conviver com a sua personalidade. O Peke será capaz de retribuir o seu carinho com todo o amor e afeição que um grande coração pode fazer.

Os Pekes de personalidade extrovertida são populares também como cães de terapia. Hoje, ainda são companheiros muito queridos de muitas famílias e brilham também em exposições saudando a todos com dignidade e graça.

Origem da raça Pequinês

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Dupla de Pequineses beges correndo juntos soltos no gramado. (Créditos/Copyright: “Grigorita Ko/Shutterstock”)

O Pequinês recebeu seu nome em homenagem a antiga cidade de Pequim. Eles eram considerados sagrados e adorados como o legendário Cão Foo que costumava afugentar maus espíritos.

De acordo com esta lenda chinesa, o Pequinês seria o resultado de um amor impossível entre um leão e uma saguí (uma espécie de macaco pequeno). Este leão, supostamente teria se apaixonado pela saguí, e para casar-se com ela implorou à Buda que reduzisse o seu tamanho, mas que poupasse o seu coração e personalidade de leão.

Buda teria consentido, e por amor, o leão ou Fu Lin, o cão leão da China, sacrificou seu tamanho pelo amor à sua macaquinha, nascendo assim o Pequinês, corajoso como pai, pequeno, inteligente e doce como a mãe.

Assim, o Pequinês deve a sua existência à forma Lamaista do Budismo na China, em que o leão é um símbolo exaltado de Buda, muitas vezes aparecendo em forma miniatura. Os Cães Foo carregam alguma semelhança ao leão e eram cruzados cuidadosamente para acentuar ainda mais estas semelhanças, tanto é que estes cães vieram a ser conhecidos como cães leão.

Eles também eram conhecidos por inúmeros nomes e apelidos: cão leão, cão sol (para aqueles com pelos vermelhos-dourados) e cão de manga chamados assim por serem tão pequenos que podiam ser carregados dentro da manga da veste de seu dono.

O Pequinês na China para a Inglaterra

Por séculos, os Pequineses foram restritos à apenas membros da côrte imperial chinesa. Eles só podiam ser de propriedade de nobres e eram considerados semi-divinos, e aqueles que se atrevessem a roubá-los eram mortos.

As pessoas comuns eram obrigadas a curvar-se diante deles, e quando um imperador falecia, o cão era sacrificado para que pudesse proteger o seu dono após a sua morte. Por serem tão venerados e considerados amuletos da sorte, estes cães nunca haviam sido vistos fora do palácio ou de seu país de origem até depois de 1860.

Foi neste ano em que tropas Britânicas invadiram o Palácio real em Pequim durante a Guerra do Ópio. Muitos foram mortos por guardas imperiais para evitar que fossem capturados pelos estrangeiros.

Porém cinco exemplares foram achados guardando o corpo de uma princesa que havia tirado a sua própria vida. Estes cães foram trazidos para a Inglaterra e eles, mais alguns outros importados mais tarde, foram a base da raça moderna de hoje.

O Pequinês na Inglaterra

Estes 5 cães tornaram-se prêmios de guerra e foram levados para a Inglaterra onde dois foram presenteados à Duquesa de Wellington, dois para o Duque e Duquesa de Richmond e Gordon, e o último à rainha Victória.

Foram destes cinco cães que a raça moderna veio a descender. Todos eles causaram um enorme furor e alcançaram grande popularidade, mas mesmo assim, o Pequinês permaneceu com os mais abonados donos por décadas.

Como tempo, a raça foi se tornando mais acessível, e foi ganhando ainda mais popularidade entre todos. Embora permanecessem raros, por volta de 1890 mais Pequineses foram roubados da China, e em 1893 a raça foi mostrada pela primeira vez na Inglaterra, que naquela época era conhecida por Pug Chinês e Pequinês Spaniel. O Clube Pequinês foi estabelecido em 1904, e naturalmente a sua popularidade foi crescendo e espalhando-se pelo Atlântico aos Estados Unidos. Sendo o primeiro Pequinês registrado pela AKC em 1906, e o Clube Pequinês da América formado em 1909.

Aparência do Pequinês

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Pequinês de perto com seu focinho achatado e pelagem castanha.(Créditos/Copyright: “Ruslan Ivantsov/Shutterstock”)

O Pequinês é uma raça bastante antiga que possui uma aparência física que denota coragem, ousadia, muita auto-estima e independência. É um cão pequeno, compacto com um corpo em formato de pêra.

É levemente mais longo que alto, mais pesado na frente, com uma construção geral mais robusta, porém equilibrada. Quando levantado do chão, o Pequinês é surpreendentemente pesado se comparado ao seu tamanho.

Suas costelas são bem expandidas entre as patas da frente, o peitoral é largo e cheio, sua cintura é fina. Seus ombros são para trás e se misturam suavemente com o resto do corpo, e os cotovelos são próximos ao corpo.

As patas da frente giram para fora quando o cão está de pé ou se movendo. As patas dianteiras são mais pesadas e traseiras mais leves, e relativamente juntas e paralelas. O rabo é alto, levemente arqueado e carregado sobre as costas. O seu andar é digno e sem pressa, com um rolamento leve de corpo por causa da sua traseira larga e mais pesada.

A sua cabeça

A sua cabeça é grande em proporção ao resto do corpo, com o topo massivo, largo e plano, assim como a frente da face que é plana, e o focinho também plano e largo, mais grosso abaixo dos olhos, separando as áreas de cima e de baixo da face e escondendo a sua parada, com rugas em formato de “V” bem distintas e característica da raça. A pele no focinho é negra, e o nariz também, preto e curto.

Os dentes se encontram em mordida uns sobre os outros, com a mandíbula de baixo mais larga. Nem os dentes ou língua aparecem quando a boca é fechada. Seus olhos redondos grandes, proeminentes ficam bem separados um do outro.

Suas orelhas em formato de coração ficam nas laterais do topo do crânio, caindo planas sobre a cabeça. São bem emplumadas por isso se misturam a cabeça, dando uma aparência retangular. O pescoço é curto e grosso. As patas curtas, grossas e bem musculosas.

Pelagem

Ele possui uma camada interna de pelos mais espessa, e outra camada externa longa, grossa e lisa, em várias cores ou marcas, incluindo preto e castanho, bege, bicolor sendo branco a outra cor, com uma máscara negra na face.

Os Pequineses brancos por inteiro eram muito premiados pelos chineses e ainda são muito populares até hoje. Fiel à sua descrição de cão leão, o Pequinês possui uma notável juba na área do pescoço e ombros, com os pelos no resto do corpo um pouco mais curtos. Embora seja longo e profuso, os pelos não devem esconder o formato do corpo. Há penugens longas atrás das patas e dedos, com franjas mais longas nas orelhas e na cauda.

NOTA: Qualquer Pequinês abaixo de 2,7kg é chamado de “Pequinês de Manga”, a menor versão da família e o tamanho mais popular durante o desenvolvimento da raça na China. Para ser um exemplar com esta denominação é necessário ter 2,7 kg ou menos; qualquer um acima disso não será considerado como tal. Ficando entre 2,7 a 3,6 kg é considerado “Mini Pequinês”.

Ambiente Ideal para o Pequinês

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Trio de Pequineses brancos de pelagem volumosa. (Créditos/Copyright: “Grisha Bruev/Shutterstock”)

Nem precisa dizer que o Pequinês, por ter sido criado exclusivamente para ser um cão de companhia, precisa viver dentro de casa e nunca do lado de fora ao relento. Por causa do seu focinho atarracado, característico das raças braquicefálicas, o Pequinês é sensível a temperaturas altas e pode rapidamente sucumbir a um ataque do coração se não for mantido em ar refrigerado ou em ambientes frescos.

O Pequinês pode viver em um pequeno apartamento ou casa, mas também adoraria viver em uma mansão. Eles são praticamente inativos dentro de casa, e não precisam necessariamente de um jardim.

Mas apesar de não precisarem de muito exercício, serão mais saudáveis se tiverem oportunidades regulares de correr e brincar. Gostam de correr livremente, mas precisam de locais seguros e cercados, pois têm a tendência a fugir.

Temperamento & Personalidade do Pequinês

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Pequinês no jardim em meio à flores. (Créditos/Copyright: “Igumnova Irina/Shutterstock”)

O temperamento de qualquer cão é afetado por inúmeros fatores, incluindo hereditariedade, treinamento, e socialização. Os filhotes que possuem bons temperamentos costumam ser curiosos e brincalhões, costumam se aproximar das pessoas e gostam de ser carregados por elas.

Como todo cão, o Pequinês precisa de socialização desde filhote — o exponha à diferentes pessoas, locais, sons, cenas e experiências. A socialização ajuda a garantir que o seu Peke cresça saudável tornando-se um cão bastante sociável.

Temperamento egocêntrico

O Pequinês possui um ego maior que ele, auto-estima é o seu sobrenome. Ele é um cão cativante, muito corajoso, sensível, independente e extremamente afetuoso para com o seu dono, mas também pode ser um tanto irritante e muito teimoso. Como convém a um cão de sua estatura imperial, ele acha que pode ter tudo à sua maneira.

Ele pode até parecer fofinho, mas o Pequinês está longe de ser delicado e gracioso, e tem uma personalidade firme, durona e muito mais corajosa que a sua aparência sugere. A sua dignidade nobre, arrogância e confiança o transforma em um cão alegre, afetuoso e de boa natureza que sempre irá respeitá-lo se você também souber respeitá-lo.

Eles são capazes de ser sensíveis, amáveis, e extremamente afetuosos quando querem ser. Ele é leal e protetor da sua família, e geralmente se afeiçoam a uma única pessoa, sendo sempre muito devotado.

Pekes são atentos e companheiros

São bons cães de vigia, e irão soar o alarme a qualquer barulho estranho, latindo sempre que estranhos se aproximam ou quando suspeitam de algo estranho ao redor de seu território.

Treine-o com firmeza, consistência, usando sempre técnicas de esforços positivos como compensação com comida e elogios. Você sempre terá sucesso se conseguir convencê-lo a fazer algo como se fosse uma ideia dele, e não sua.

Apesar de tudo isso, eles podem ser companhias adoráveis, e são mais adequados à crianças mais velhas e bem comportadas. O Pequinês não gosta de ser perturbado e não tolera desrespeito.

O Pequinês e estranhos

Se socializados de forma adequada, o Pequinês pode se dar bem com outros cães e animais de estimação desde que a sua supremacia seja reconhecida, mas ainda assim são naturalmente desconfiados.

Com relação aos estranhos, dependendo de como eles se sentem sobre eles, costumam receber cumprimentos que variam de ignoradas a afáveis. Com relação aos gatos, os Pekes são educados, e os reconhecem como nobres amigos.

Não permita que o seu cão desenvolva a Síndrome do Cão Pequeno, comportamentos induzidos por humanos em que o cão acredita ser o líder do bando. Isto pode causar vários níveis de comportamentos negativos, incluindo tornar-se obstinado demais, teimoso, ciumento, ansioso, latir demais, morder e surtar ao tentar mandar em seu dono.

Os Pequineses podem se tornar aversos a estranhos e não confiáveis ao redor de crianças e até adultos. Se você acostumá-lo a alimentá-lo com sobras, podem se recusar a se alimentar, para mostrar a sua dominância ao invés de falta de apetite.

Pekes precisam de limites!

Eles também podem se tornar agressivos. Todos estes comportamentos não são típicos da raça, mas comportamentos que resultam da forma como que os humanos tratam seus cachorros, deixando que eles mandem na casa.

Se o Pequinês tiver regras e limites para seguir, e souber o que devem e o que não devem fazer, assim como caminhadas diárias para relaxar e gastar energia física e mental, eles poderão apresentar um temperamento totalmente diferente e muito mais agradável.

Não é justo colocar todo este peso em um cão tão pequeno, para que ele ache que deve colocar o seu dono na linha. Logo que você começar a mostrar ao seu Peke que é capaz de ser o seu líder, firme e estável, ele poderá relaxar e ser o cão maravilhoso que sabe ser.

Saiba escolher seu filhote!

O Pequinês perfeito não nasce perfeito, ele é produto da sua hereditariedade e criação. Seja lá o que você deseja dele, procure por um que tenha tido pais com boa personalidade e que tenham sido socializados desde filhotes.

Qualquer cão pode desenvolver níveis desagradáveis de latidos, cavações e outros comportamentos inadequados se estiver entediado, destreinado ou não supervisionado. Compre um filhote que tenha sido criado em casa e tenha certeza de que ele foi exposto a diferentes locais e sons, assim como pessoas antes de ir para outro lar.

Continue socializando-o sempre levando a casa de amigos e vizinhos, assim como a passeios públicos. Antes de comprar um filhote, procure saber como escolher o filhote ideal e não deixe de conversar com o seu criador, descreva exatamente o que você procura em um cachorrinho, e peça ajuda para escolher um filhote.

Os criadores costumam conviver com filhotes todos os dias e podem dar excelentes recomendações uma vez que saibam um pouco sobre o seu estilo de vida e personalidade.

Cuidados & Manutenção do Pequinês

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Pequinês sendo secado após banho gostoso. (Créditos/Copyright: “shalex84/Shutterstock”)

Comece a acostumar o seu Pequinês à ser escovado e examinado desde filhote. Mecha em suas patas com frequência — os cães costumam ser sensíveis com relação às suas patas — e olhe dentro de sua boca e orelhas.

Torne essa manutenção uma experiência positiva cheia de elogios e recompensas, e assim você irá construir a base para exames veterinários e idas ao petshop mais fáceis de se lidar.

Ao checá-lo, procure por machucados, arranhões, feridas ou sinais de infecção como vermelhidão, inchaço, ou inflamação na pele, nas orelhas, nariz, boca, olhos e patas. Este rápido exame pode levar a diagnósticos mais cedo e evitar maiores problemas de saúde.

Dentes, orelhas e unhas precisam de cuidados

Escove os seus dentes 2 ou 3 vezes na semana para remover tártaro e bacteria que proliferam dentro da boca – diariamente é ainda melhor para prevenir gengivite e mau hálito e ainda evitar o caimento de dentes precoce.

Corte suas unhas uma ou duas vezes ao mês se não forem gastas naturalmente. E cheque suas orelhas uma vez por semana por sujeira, vermelhidão ou mal cheiro que possam indicar infecções. Limpe-as semanalmente usando loção de de PH equilibrado para evitar maiores problemas.

A pelagem do Peke é importante

Se você estava procurando por um cão fácil de ser mantido e cuidado, o Pequinês não é a escolha certa. Estas nuvens de pelos imperiais deslizando suavemente por aí é produto de horas a fio de escovações e cuidados especiais, isso se for para as grandes exposições.

Mas para um simples animal de estimação, pelo menos uma hora por semana de escovação é o suficiente com uma escova adequada. Antes de escovar, molhe levemente os pelos com água ou condicionador apropriado para evitar que os fios se quebrem.

Escove por inteiro, de cima para baixo até tocar a pele, tirando todos os pêlos soltos para encorajar ainda mais o crescimento de novos. Continue molhando os pelos enquanto escova cada área do corpo.

Use um pente de metal nas plumagens das pernas, orelhas e cauda, que embaraçam mais facilmente e que costumam carregar sujeira. Corte os pelos das patas para evitar o desenvolvimento de nós e que pedaços de objetos fiquem agarrados ali. Os pelos do Peke podem ser aparados e curtos, mas isso ainda significa que deve ser profissionalmente.

Você pode fazer um corte em que o corpo é raspado deixando apenas a juba ao redor da cabeça e um pom pom na ponta da cauda. Os pelos que foram negligenciados podem ficar embaraçados, cheios de nós, que podem ser dolorosos e até levar a infecções de pele sérias.

Dobras e banhos inclusas!

Limpe a ruga acima do nariz diariamente e mantenha-a seca para evitar as infecções. Limpe a face dele e ao redor dos olhos diariamente com um pedaço de algodão para evitar problemas com a pele que se dobra nessa área.

Toda vez que o seu Peke se molhar, seque a sua pele até que ele fique totalmente seco. Inspecione diariamente os pêlos ao redor do ânus por sujeira. Banhe o seu Peke uma vez ou duas ao mês, como for preciso. Use um shampoo feito especialmente para cães para não estragar os fios ou endurecê-los e evitar irritações. Pode usar shampoo seco e escovar depois.

Atividade & Exercícios do Pequinês

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Pequinês brincando feliz no jardim. (Créditos/Copyright: “Dark Moon Pictures/Shutterstock”)

O Pequinês passeará alegremente pelo parque, ao redor do quarteirão e até irá brincar com seus brinquedos dentro de casa, mas é essencialmente um cão de baixa atividade.

Mesmo assim, exercícios são bons pra ele, por isso é necessário que ele obtenha uma boa quantidade diariamente. Resista ao impulso de carregá-lo por aí – deixe que ele seja um cachorro e não o seu brinquedinho fofinho.

Ele será mais feliz e mais bem comportado. Eles adoram pequenas caminhadas algumas vezes por dia, mas são altamente propensos a se aquecerem em climas muito quentes, por isso nunca deve ser deixado do lado de fora ou exercitá-lo em demasia. Caminhadas noturnas são uma boa solução. Eles também adoram poder correr livremente sem coleira em locais seguros.

O importante é dar os estímulos certos e mais adequados à raça do seu cachorro. Para entender melhor o que pode ou não pode ser feito em termos de exercícios e estímulos, é preciso saber como estimular a mente do seu cão, e ter sempre em mente quais são os cuidados básicos na hora de exercitar o seu cachorro.

Existem diversos motivos para exercitar e estimular o seu cão, mas o mais importante deve ser a saúde física e mental dele, sem falar que um cachorro saudável pode viver por muito mais tempo.

Saúde do Pequinês

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Pequinês bicolor – branco e marrom – fazendo sua caminhada na rua. (Créditos/Copyright: “Kucher Serhii/Shutterstock”)

Sabe-se que cada raça de cachorro tem predisposição a determinadas doenças. O Pequinês, infelizmente, não passa ileso a essa regra. Isso, porém, não significa que todos os indivíduos da raça terão as doenças que serão descritas no artigo, e sim que há chance de desenvolvê-las no decorrer da vida.

Para quem compra ou adota um cachorro de uma raça específica, ajuda muito conhecer os riscos. É muito importante, também, comprar cães de criadores éticos e responsáveis.

Procure conhecer, portanto, o trabalho do criador e os pais do seu filhote. Verifique se os pais possuem alguma doença que possa ser eventualmente transmitida à próximas gerações.

Questione o criador sobre isso.

Fatores anatômicos do Pequinês

Primeiramente, o Pequinês, assim como o Pug, Shih Tzu, Boston Terrier, Buldogue Inglês, é uma raça braquicefálica, ou seja, possui focinho curto. Portanto, já por causa desta característica, cães desta raça são predispostos à chamada síndrome braquicefálica. Trata-se de múltiplas anormalidades anatômicas comumente encontradas em cães braquicefálicos.

Estas anormalidades incluem narinas estenóticas, palato mole alongado, sáculos laríngeos evertidos, colapso laríngeo e em algumas raças, traquéia hipoplásica.

Essas irregularidades impedem o fluxo de ar através das vias aéreas superiores, causando uma sintomatologia clínica característica, ou seja, respiração ruidosa, cianose e, em casos mais graves, síncope.

O fato do nariz da raça ter sido reduzido ao longo dos anos, prejudicou gravemente o seu funcionamento. Para o cão, a redução drástica da respiração nasal significa a perda do seu principal órgão termorregulador.

Isso impede que liberte o calor corporal em quantidade suficiente, levando a um aumento da temperatura corporal interna, passível de produzir colapso e morte. É por estes motivos que companhias aéreas não costumam aceitar embarque com cães braquicefálicos.

Distúrbios ligados à características das raças braquicefálicas

Estenose das narinas

Estenose das narinas, ou seja, estreitamento das narinas, é um dos fatores que provocam problemas respiratórios em cães. Dependendo do caso, a correção cirúrgica é possível.

Palato alongado

Todos os cães braquicefálicos tem o palato mole alongado. Porém, em uma parcela deles, este alongamento causa mal estar e diminui a qualidade de vida, promovendo ronco, falta de ar e desmaios.

A entrada da porção alongada do palato mole na laringe, durante a inspiração, interfere no movimento de passagem do ar para a traqueia. Quando ocorre a estenose de vias aéreas, a severidade da dispneia aumenta, pois a resistência do ar causada por este estreitamento reduz a passagem de ar.

Em geral, o cachorro com este problema pode engasgar facilmente, apresentar vômitos, dificuldade de deglutição, ruídos respiratórios, baixa tolerância ao exercício e, ocasionalmente, falta de ar. Casos mais severos, entretanto, podem incluir desmaios com ou sem cianose.

Por esta razão, os Pequineses roncam e possuem os chamados “espirros em reverso”, uma inalação rápida e repetida forçada através do nariz, acompanhada de sons de engasgo e ronco usados para limpar o palato de muco.

Os sinais acentuam-se principalmente durante o estresse, cansaço, no aumento da atividade física e em temperaturas elevadas. Por se tratar de um problema congênito, os sintomas podem se manifestar no animal ainda jovem. A correção do prolongamento de palato se dá de forma cirúrgica.

Hipoplasia traqueal

Como mencionado anteriormente, a traquéia do cão braquicefálico pode ser mais estreita em alguns pontos. Por este motivo, o risco anestésico é maior do que o normal nessas raças.

A anestesia indicada para cães braquicefálicos é, portanto, a inalatória. Isso porque o processo anestésico pode ser interrompido a qualquer momento pelo veterinário anestesista, diminuindo muito os riscos.

Hipertermia

Para o cão, a redução drástica da respiração nasal significa a perda do seu principal órgão termorregulador, impedindo-o de libertar o calor corporal em quantidade suficiente. Isso pode levar a um aumento da temperatura corporal interna, o que pode, por sua vez, induzir colapso e morte.

Cães braquicefálicos, como o Pequinês são, portanto, os principais candidatos a sofrerem “ataques de calor”. Por isso, o tutor de um cão desta raça deve tomar cuidado a fim de não deixar o cão ficar muito acima do peso ou fechado em ambientes abafados nos climas mais quentes.

Problemas oculares

O achatamento do focinho leva a protusão ocular. Ou seja, os olhos ficam mais à superfície, mais expostos a ficarem secos ou a sofrer ulcerações. Em casos graves, as pálpebras são incapazes de fechar e lubrificar os olhos.

Doença Periodontal

A doença periodontal é o distúrbio mais comum da cavidade oral de cães, principalmente de pequeno porte. Inicia-se por acúmulo de bactérias na superfície dos dentes e progride até os tecidos de sustentação que formam o periodonto, que são gengiva, osso alveolar, cemento e ligamento periodontal.

O principal sinal clínico observado pelo proprietário é a halitose. Dependendo do estágio da doença periodontal, esta pode conduzir a conseqüências locais e sistêmicas, como: inflamação e sangramento da gengiva, presença de tártaro, mobilidade dos dentes, salivação excessiva, dentre outras.

Além disso, pode levar à perda dos dentes e pode comprometer o coração, pulmão, fígado, rins e outros órgãos vitais.

A melhor forma de prevenir esta doença é, portanto, utilizar alimentos, brinquedos e cremes dentais específicos. Todavia a escovação diária dos dentes é o método mais eficaz para remover a placa bacteriana e manter a saúde clínica do animal.

Luxação de Patela

Um dos distúrbios ortopédicos mais comuns no Pequinês, é certamente a luxação de patela. Trata-se de deslocamento da patela (ou rótula) de sua posição anatômica normal.

Em caso de luxação, o cachorro evitará encostar a pata afetada no chão. Esse sinal geralmente costuma aparecer por volta dos 4 meses de idade. As fêmeas são mais afetadas do que os machos.

Intertrigo

Intertrigo é o nome dado ao distúrbio causado pelo atrito de dobras cutâneas. Acomete as regiões de pregas e dobras cutâneas, tais como as pregas da face dos cães braquicefálicos (Pug, Pequinês, Bulldog, Boxer) ou pregas labiais, peri-vulvares, caudais, axilares, inter-mamárias ou de outras regiões corpóreas em raças que possuem excesso de pele.

O atrito entre as dobras, a umidade acumulada entre elas, a pouca exposição ao ar e sol destas, podem acabar causando uma infecção de pele, chamada de Intertrigo.

O Pequinês possui pregas de pele no focinho, o que gera um habitat ideal para proliferação bacteriana, pois é úmido, quente e protegido da luz.

Outras observações

Claramente, o Pequinês, assim como todos os outros cachorros, pode desenvolver outras doenças ao longo da vida, mesmo não tendo predisposição racial. Por isso, o acompanhamento do médico veterinário, assim como conhecer bem seu próprio cachorro, é essencial para detectar precocemente a presença de alguma patologia.

Além disso, deve se tomar um cuidado especial para não super alimentá-lo, pois têm a tendência a ganhar peso facilmente.

O Pequinês costuma a viver por cerca de 10 a 15 anos. Isso não quer dizer que ele não possa viver por mais tempo. Na verdade, qualquer cachorro pode estender a sua longevidade desde que se tomem os devidos cuidados com a sua saúde.

Treinamento do Pequinês

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Pequinês bicolor sentado na grama no jardim. (Créditos/Copyright: “Kucher Serhii/Shutterstock”)

Pequineses são muito inteligentes, mas toda essa inteligência pode ser neutralizada pela sua mente independente e a sua enorme teimosia. Eles têm a tendência a só fazer aquilo que querem e da maneira deles.

Tudo isso por causa da sua natureza imperial. Por esta razão, o seu treinamento é um desafio. Eles agem como se estivessem no controle o tempo, e por isso é preciso persuadi-lo a fazer algo que ele perceba ser em seu próprio benefício.

O Pequinês não responde bem a treinamentos duros ou disciplina e podem se tornar defensivos e até morder se sentirem que estão sendo agredidos.

Treine o seu Pequinês com firmeza e carinho. Técnicas de esforços positivos na forma de elogios, recompensas e comida sempre funcionam. Faça do treinamento uma atividade divertida, seja entusiasmado e paciente, e o Peke irá surpreendê-lo com suas habilidades e vontade de aprender.

A diversão é a chave para o sucesso!

O segredo do sucesso é sempre persuadi-lo de modo criativo a achar que o treinamento é algo que ele realmente deseja fazer. E deve ser em doses homeopáticas, em sessões curtas. Quando o treinamento é divertido, ou seja, mistura técnicas de adestramento com diversão, o resultado é sempre muito mais positivo.

Algumas dicas de como se divertir exercitando o seu cachorro poderão ajudar você a treiná-lo brincando.

É importante conhecer o seu cão e entender quais são as atividades preferidas do cachorro. Ensinar o seu filhote a sentar, deitar e ficar no lugar é vital para o seu treinamento.

Pekes também são difíceis de serem treinados a fazer suas necessidades fora de casa ou apenas em locais específicos. Há vários métodos também de treiná-lo a fazer suas necessidades em locais apropriados ou fora de casa. Considere o método da caixa se precisar adaptá-lo a um ambiente seguro e confinado por razões de segurança e conforto.

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1 comentário em “Pequinês”

  1. Eu tenho um Pequinês há alguns anos, e ele veio pra casa bem filhotinho. Ele é muito inteligente e esperto, adora nos seguir pela casa, mas também é bastante independente. Ele gosta de brincar, se diverte com seus brinquedos e não faz muito barulho.

    Também não fica implorando para brincar com ele, ele gosta só de estar por perto. É uma raça muito fácil de conviver – ama a sua família, não se incomoda com criança e nunca irá mordê-los apesar de já ter ouvido que Pequineses não são muito fãs de crianças.

    Quando ele não está gostando de algo, simplesmente se retira sem muit alarde. O meu adora ser o centro da atenção e é muito alegre, sempre pronto pra correr e buscar o seu brinquedo. Meu único problema com ele é com relação a territorialidade – ele não gosta muito d eoutros animais por perto, especialmente outros cachorros machos de seu tamanho. Ele não costuma se involver em briga, mas deixa bem claro que não está curtindo a presença deles, latindo, e rosnando. Ele também não gosta de ser muito paparicado, oq ue pra mim é ok, porque também não sou dessas de carregar cachroro no colo ou ficar agarrada com eles no sofá. Pra mim estar ao meu redor é o suficiente, e o Pequinês é independente o suficuente para saber disso. Outra coisa, ele não gosta que tirem coisas da sua boca – especialmente briqnuedo e comida.

    Se você quiser tirar algo dele, tente fazer uma troca e espere que ele aceite colocando o item no chão antes de pegar o outro que você estiver oferecendo. Ele não vai te morder de propósito, mas ele sabe dar aquele chega pr alá como ninguém. Uma criança pode se assustar. O Pequinês é uma boa raça de copanhia, é alegre, amável e carinhoso na medida sem ser muito dependente.

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