Malamute do Alasca

Ao se deparar com um Malamute do Alasca pela primeira vez, é fácil se impressionar com a sua grande estatura, suas marcas faciais de lobo e a sua enorme cauda emplumada acenando para você. Muitos acreditam que Malamutes são meio lobos, e reinam como uma das raças mais antigas que conseguiram manter a sua aparência original, e embora desempenham papéis de lobos na TV ou nos filmes, na verdade eles são cães domésticos por inteiro. Saiba mais sobre ele abaixo:

Índice de conteúdo:

Ficha Técnica: Malamute do Alasca

Origem: Alasca, Estados Unidos.
Data de origem:
Grupo de Raças: FCI Grupo 5 – Cães de tipo Spitz e de tipo Primitivo / AKC Trabalhadores.
Função original: puxador de trenó
Função atual: cão de companhia, cão de trenó.
Outros nomes ou apelidos: Locomotiva do Ártico, Maly, Mal, Mall.
Tamanho: porte grande.
Altura: Fêmeas de 56cm a 61cm / Machos de 61cm a 66cm.
Peso: Fêmeas de 32kg a 38kg / Machos de 36kg a 43kg.
Cores: desde cinza claro a escuro, com reflexos brancos e máscara escura na face; tons de sable ou vermelho (castanho), ou todo branco.
Pêlos: lisos, compridos.
Manutenção: difícil, intensa, escovações semanais.
Expectativa de vida: cerca de 12 a 16 anos.
Filhotes: cerca de 4 a 10 filhotes, padrão de 6 filhotes de malamute do por cria.
Reconhecimento (Canil): ACA / ACR / AKC / APRI / DRA / FCI / KCGB / NAPR / NKC / NZKC / UKC.

Introdução à raça Malamute do Alasca

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Malamute do Alasca com sua pelagem mesclada e maáscara cinzenta bem peculiar da raça. (Créditos/Copyright: “Por BMJ/Shutterstock”)

Malamutes do Alasca são cachorros trabalhadores de grande porte, praticamente uma fábrica de pelos e ainda capazes de comer o equivalente ao seu peso a cada 4 horas se for permitido.

Possuem uma tremenda força, energia, resistência e por anos foram usados como cachorros de puxar trenós pesados em longas distâncias, assim como caçar ursos polares e focas.

Por esta razão o Malamute do Alasca é um “puxador de coleiras” de primeira classe, pois sendo um cachorro grande e poderoso criado para puxar trenós em terrenos difíceis e climas extremamente rigorosos, eles costumam pensar de forma independente e ser um tanto teimosos. Tenha isso sempre em mente, principalmente se você não estiver totalmente segura sobre a sua habilidade de caminhar por aí com um cachorro desses na coleira.

Aliás, a coleira nunca será um equipamento opcional no caso do Malamute; ele não só adora perambular por aí, às vezes por quilômetros e dias a fio, como também está sempre pronto para se misturar com outros cães, caçar e até matar outros animais menores como gatos e roedores.

O mundo é o seu quintal; isso porque poucas cercas podem contê-lo. Malamutes são extremamente difíceis de serem mantidos atrás de cercas, pois são peritos em cavar e escalar e as encaram como desafios interessantes ao invés de obstáculos.

Se você quiser tê-los de volta, é preciso que eles andem com suas identificações presos na coleira o tempo integral. E embora Malamutes muitas vezes vivam bem em ambientes de canil — porque podem se exercitar bastante e ter muito o que fazer — deixar um Malamute confinado em um quintal nos fundos não é uma boa ideia, à não ser que você goste de buracos do tamanho de uma piscina e os vizinhos adorem escutar uivos.

Se nada disso faz diferença e não irá detê-lo em ter uma Malamute do Alasca para chamar de seu, então você está pronto para considerar alguns dos pontos positivos sobre ele.
Malamutes são exuberantes, de uma aparência primordial que fará com que você sinta a atmosfera da tundra no inverno mesmo no gramado do seu jardim de casa.

Pelagem de coloração magnífica e uma construção muscular forte e bonita, o Mal possui ainda uma natureza boa, é super inteligente, energético, dedicado, leal, afetuoso e adora crianças mais velhas. São extremamente sociáveis e extrovertidos, até com relação à estranhos, por isso não são bons cães de guarda, mas mesmo assim podem ser um tanto agressivo com outros cachorros desconhecidos, animais de estimação e até gado.

À medida que vão envelhecendo, Malamutes vão ficando mais calmos, mesmo assim devido à sua inesgotável fonte de energia, o Malamute precisa de muito espaço e oportunidades para se exercitar para não ficar entediado, impaciente ou frustrado e até destrutivo.

Eles precisam de muita atenção para evitar dificuldades no comportamento. A sua natureza independente pode causar a impressão de serem teimosos ou estúpidos, mas a sua inteligência com o treinamento correto faz com que ele aprenda tudo muito rápido e se comporte bem, mesmo dentro de casa.

Malamutes também podem sofrer com algumas doenças genéticas, além dos problemas de temperamento, por isso certifique-se que o seu criador seja experiente e faça testes genéticos nos seus cachorros, ou que o canil ou grupo de salvamento tenha avaliado-os pelo temperamento e adequação a sua família e estilo de vida.

Não haverá cachorro mais exuberante, alegre e amigável que o Mal no mundo animal, e nenhum outro para lembrá-lo do quanto você ama cachorros. Eles com certeza serão excelentes animais domésticos para a sua família.

Origem da raça Malamute do Alasca

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Malamutes presos à um trenó realizando a tarefa que nasceram para executar com maestria. (Créditos/Copyright: “Por StockphotoVideo/Shutterstock”)

Como o seu próprio nome já indica, o Malamute é um cão de trenó nórdico nativo do noroeste do Alasca, região Ártica, de onde dependia da sua pelagem grossa para sobreviver ao frio extremo.

Seus primeiros registros foram de viver entre a tribo “Mahlemuts” (“Mahle” nome de tribo Inuit e “mut” que significa vila) de esquimós no Alasca há 2.000 a 3.000 anos atrás sendo sua fonte predominante de transporte.

Estes esquimós antigos, que se autodenominavam “Inuit” (significa “as pessoas”), eram nômades e dependiam unicamente dos cachorros e seus trenós para transportar alimento e se locomoverem através dos terrenos cobertos pela neve.

Além de puxar os trenós, os cachorros ajudavam também os caçadores a procurar por ursos polares e outros animais que serviam como alimento ou pele. Eles eram criados pelo tamanho e força para serem capazes de carregar estes animais e os caçadores de volta para a vila. Malamutes acabaram desempenhando uma função essencial se tornando valiosos trabalhadores e companheiros.

Estes cães maravilhosos possuem força e resistência com uma enorme vontade de trabalhar. Eles carregavam não só pesos leves nos trenós, como também carga pesada de alimentos e suprimentos para as pessoas no Ártico. Bandos de Malamutes já participaram de muitas expedições polares, nas quais sempre foram muito bem adaptados devido à tenacidade, senso de direção e excelente faro deles.

Malamutes do Alasca descendem de um cão Nórdico, o que significa que são descendentes diretos do lobo Ártico. Estes cães, os ancestrais dos Malamutes do Alasca, pertenciam à família de cães Spitz que inclui os Akitas, Chow Chows, Elkhounds Noruegueses, Spitz Finlandês, Samoiedas, Huskies Siberianos, Esquimós Americanos e muito mais. Baseado em estudos dos genomas caninos, o Malamute do Alasca é uma das raças mais antigas que existem.

A relação entre cachorros e pessoas era bem próxima, onde os cães eram bem alimentados e cuidados e os bebês sendo amamentados juntos aos filhotes, o que pode ser apontado como a base do amor do Malamute pelas pessoas.

Malamutes se tornaram ainda mais importantes em 1896 durante a famosa era da “Corrida do Ouro do Alasca”, quando mineradores pagaram preços altíssimos por trenós e times de cachorros. Toda essa popularidade acabou colocando a raça em perigo, pois muitas pessoas passaram a cruzar Malamutes com outras raças, sempre com o intuito ou de aumentar a velocidade ou o seu tamanho. Felizmente, os genes Spitz eram dominantes o suficiente e os Malamutes rapidamente reverteram o tipo.

A raça foi salva por um criador entusiasta de New England em 1920, e logo depois recuperou a sua popularidade. Os Malamutes alcançaram a fama ao ajudar na expedição do almirante Byrd para o Pólo Sul em 1933 e serviram de cães de busca e salvamento durante a Segunda Guerra Mundial II.

A AKC reconheceu a raça em 1935, e o Clube Malamute do Alasca da América foi formado no mesmo ano. Poucos anos depois, no entanto, o serviço militar devastou a raça quando uma decisão burocrática cruel e tola levou muitos Malamutes a serem deliberadamente explodidos em um bloco de gelo flutuante depois de servir em uma expedição à Antártica. A AKC reabriu o registro da raça por um breve período de tempo.

Malamutes são conhecidos pela sua resistência e coração, e possuem inúmeras outras habilidades naturais como puxar trenós, correr corridas, puxar peso e busca e salvamento. Nas últimas décadas, Malamutes do Alasca têm provado que são excelentes companhias acima de tudo.

Aparência do Malamute do Alasca

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Malamute do Alasca na versão castanho claro. (Créditos/Copyright: “Por elitravo/Shutterstock”)

O Malamute do Alasca é um cachorro de construção poderosa de raça do tipo Nórdica e o maior dos cachorros Árticos, desenvolvido para transportar cargas pesadas ao invés de correr, tanto que o Husky é mais veloz. O Mal produz uma aparência de lobo, mas com uma expressão orgulhosa, suave e doce.
O Mal é levemente mais longo que alto. O corpo é largo, compacto, de ossatura pesada e bem musculosa, feito para ter força e resistência. A sua cabeça é larga com orelhas eretas e triangulares.

O focinho é comprido e os olhos tem tamanho médio, de cor castanho escura (azuis são considerados uma falta para o padrão da raça), em forma de amêndoa situados obliquamente no crânio. As patas são grandes, do tipo bota de neve com almofadas fortes e resistentes. A sua passada é estável, equilibradas e incansável. Sua cauda é emplumada e enrolada sobre as costas em formato de “looping”.

A sua pelagem é grossa e dupla, com uma camada externa áspera e outra interna densa, lanosa, macia, oleosa, fornecendo o máximo de insulação. As cores podem incluir combinações de tons claros de cinza até preto, assim como sable ao vermelho. A única cor sólida permitida é branca.

A pelagem tem sempre mechas e às vezes uma máscara mais escura. As patas e focinho quase sempre brancas. A barriga deve ser predominantemente branca assim como as patas, parte das pernas, focinho e parte das marcas na face. Alguns Malamutes podem ter uma mancha branca bem atraente na testa ou ao redor do pescoço.

Ambiente Ideal para o Malamute do Alasca

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Filhote de Malamute do Alasca brincando na grama do jardim. (Créditos/Copyright: “Por Sergey Bogdanov/Shutterstock”)

Malamutes do Alasca não são recomendados para apartamentos. Mals são muito ativos dentro de casa e precisam de pelo menos um jardim grande. Se você mora em uma casa, uma cerca alta é imprescindível, muro é melhor, porque eles adoram cavar por debaixo delas. Malamutes gostam de correr pelo que acham ser seu território.

Eles adoram cavar, por isso ao invés de tentar acabar com este comportamento, o melhor é providenciar um local próprio no jardim para ele poder fazer isso, como um tanque de areia ou uma área na qual você não se importaria com os buracos.

Mals são animais de bando por instinto, por isso ficam mais felizes se puderem residir junto à sua família. Eles costumam ser limpos e fáceis de treinar. A pelagem dos Malamutes permite que eles vivam em frio extremo, mas tome cuidado em mantê-los frios em climas quentes, eles não estão acostumados. Mantenha-os na sombra com muita água fresca.

Temperamento & Personalidade do Malamute do Alasca

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Filhotes de Malamutes do Alasca brincando juntos no jardim. (Créditos/Copyright: “Por Zuzule/Shutterstock”)

O temperamento de qualquer cão é afetado por inúmeros fatores, incluindo hereditariedade, treinamento, e socialização. Como todo cão, o Malamute do Alasca precisa de socialização desde filhote — o exponha à diferentes pessoas, locais, sons, cenas e experiências. A socialização ajuda a garantir que o seu Mal cresça saudável tornando-se um cão bastante sociável.

O Malamute do Alasca é amigável, afetuoso, inteligente, leal e ama pessoas. Eles são energéticos como filhotes por muitos anos e irão derrotá-lo facilmente com a sua personalidade extrovertida e disposição para brincar, mas quando todos os seus instintos caninos são respeitados, à medida que amadurecem Mals normalmente se acalmam e viram adultos quietos.

Eles são ótimas escolhas para famílias ativas que não precisam de um cão de guarda, pois apenas o seu tamanho é capaz de meter medo, eles possuem uma personalidade amigável demais e não possuem nenhuma habilidade de guarda.

Malamutes costumam cumprimentar a todos como velhos amigos — até desconhecidos e convidados que estão vendo pela primeira vez — eles são extremamente leais à família e amigos, e costumam ser muito ligados aos donos. Malamutes são animais de bando, e por isso amam a companhia dos seus donos, costumam fazer questão de estar incluídos em todas as atividades familiares.

Eles não se importam em dormir do lado de fora, desde que tenham companhia suficiente de seus donos durante o dia. Malamutes normalmente são quietos comparados a outros Spitz, não costumam latir muito, mas uivam e se expressam através de “woo-woos”.

O Mal é inteligente e curioso, e adora dividir as suas descobertas com seus familiares, seja mostrar como arrastar a mobília do lugar ou mostrar como o seu carro ficaria sem carpete e estofados. A boa notícia é que seus ímpetos destrutivos podem ser evitados e tratados. A cura é exercitá-lo bastante, muitos exercícios físicos, não importando se está chovendo lá fora ou se você está doente.

Caminhadas, corridas, puxar trenós ou skates, competições caninas, tudo isso são excelentes estímulos para o cérebro dele e seus músculos. Sem uma liderança firme e estímulos físicos e mentais eles podem se tornar grandes estorvos destruidores, e agir como enormes filhotes malcriados.

O Malamute é inteligente, portanto aprende rápido e gosta de agradar, mas também é cabeça dura, independente e capaz de ser bastante teimoso. Mals se dão bem com crianças velhas o suficientes para saber brincar com ele de forma segura e carinhosa.

Ele deve ser observado ao redor dos pequeninos ou outros animais menores, pois possuem um forte instinto de presa. Podem ser agressivos com outros Malamutes do mesmo gênero, sendo que os machos costumam ser mais dominadores. É importante socializar-los com outros animais desde cedo.

Malamutes adoram atividades ao ar livre e se dão bem em obediência se tiver encorajamento firme. E embora seja difícil treinar Malamutes em obediência formal, mas não é tão difícil treiná-los a ser bem comportados porque eles adoram agradar. Eles precisam que as pessoas ao redor deles sejam líderes firmes confiantes e consistentes.

Sem uma liderança adequada em que as regras e limites estejam bem claros, Malamutes do Alasca podem rapidamente de tornarem autoritários, simplesmente porque a maior parte das pessoas costumam tratá-los de forma inadequada, sem que haja uma liderança firme e clara, causando assim alguns comportamentos negativos no cachorro. Até as crianças devem aprender a lidar com o cachorro e serem seus líderes.

Qualquer cachorro que apresente comportamentos como rosnar, surtar ou morder, está demonstrando que falta liderança. Estes problemas costumam surgir quando a pessoa não consegue distinguir um comportamento natural canino e confunde com emoções humanas, acabando com um cão que pensa que é o dono da casa.

Mesmo sendo uma raça de porte pequeno, a pessoa PRECISA entender e seguir à risca o conceito de como manter um cachorro na linha em casa. Estes problemas podem ser corrigidos logo que os humanos passarem a ter controle sobre o cachorro.

Malamutes do Alasca equilibrados que possuem donos que não permitem que eles desenvolvam Síndrome do Cachorro Pequeno, comportamentos induzidos por humanos em que o cão acredita ser o líder deles, não irão apresentar estes comportamentos negativos. Mals que possuem líderes firmes, confiantes e consistentes e que recebem estímulos mentais e físicos suficientes serão sempre excelentes companhias para a família.

O Malamute do Alasca perfeito não nasce perfeito, ele é produto da sua hereditariedade e criação. Seja lá o que você deseja dele, procure por um que tenha tido pais com boa personalidade e que tenham sido socializados desde filhotes.

Qualquer cão pode desenvolver níveis desagradáveis de latidos, cavações e outros comportamentos inadequados se estiver entediado, destreinado ou não supervisionado.
Compre um filhote que tenha sido criado em casa e tenha certeza de que ele foi exposto a diferentes locais e sons, assim como pessoas antes de ir para outro lar.

Continue socializando-o sempre levando a casa de amigos e vizinhos, assim como a passeios públicos. Antes de comprar um filhote, procure saber como escolher o filhote ideal e não deixe de conversar com o seu criador, descreva exatamente o que você procura em um cãozinho, e peça ajuda para escolher um filhote. Os criadores costumam conviver com filhotes todos os dias e podem dar excelentes recomendações uma vez que saibam um pouco sobre o seus estilo de vida e personalidade.

Os filhotes que possuem bons temperamentos costumam ser curiosos e brincalhões, costumam se aproximar das pessoas e gostam de ser carregados por elas. Escolha sempre o filhote que seja um meio-termo, não aquele que estiver mordendo ou judiando dos outros filhotes, nem aquele que estiver timidamente acuado em um cantinho.

Tente sempre conhecer um de seus pais — normalmente é a mãe que fica disponível — para garantir que que ele tenha um temperamento que te faça sentir-se confortável com ele. Conhecer irmãos ou outros parentes também ajuda a avaliar como o filhote será na idade adulta.

Cuidados e Manutenção do Malamute do Alasca

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Malamute do Alasca em sua melhor aparência – simplesmente irresistível!(Créditos/Copyright: “Por freevideophotoagency/Shutterstock”)

Comece a acostumar o seu Malamute do Alasca à ser escovado e examinado desde filhote. Mecha em suas patas com frequência — os cães costumam ser sensíveis com relação às suas patas — e olhe dentro de sua boca e orelhas.

Torne essa manutenção uma experiência positiva cheia de elogios e recompensas, e assim você irá construir a base para exames veterinários e idas ao petshop mais fáceis de se lidar. Uma introdução cedo mostra para o independente Mal que manutenção é um hábito normal da sua vida, e o ensina a aceitar com paciência todo o processo.

Ao checá-lo, procure por machucados, arranhões, feridas ou sinais de infecção como vermelhidão, inchaço, ou inflamação na pele, nas orelhas, nariz, boca, olhos e patas. Este rápido exame pode levar a diagnósticos mais cedo e evitar maiores problemas de saúde. Escove os seus dentes 2 ou 3 vezes na semana para remover tártaro e bactéria que proliferam dentro da boca – diariamente é ainda melhor para prevenir gengivite e mau hálito e ainda evitar o caimento precoce dos dentes.

Corte suas unhas uma ou duas vezes ao mês se não forem gastas naturalmente para evitar lágrimas dolorosas e outros problemas. Se você pode ouvir suas unhas batendo no chão, elas estão longas demais. Unhas caninas possuem artérias, se você cortá-las demais causará sangramento — e o seu cão pode não querer cooperar nas próximas vezes.

Por isso, se você não tiver experiência ou não se sentir confiante para a tarefa, procure ajuda profissional. Cheque também suas orelhas uma vez por semana por sujeira, vermelhidão ou mau cheiro que possam indicar infecções. Limpe-as semanalmente usando loção de de PH equilibrado para evitar maiores problemas.

Se você decidiu dividir a vida com um Malamute do Alasca tenha em mente que o seu aspirador de pó vai ter trabalho extra, e reserve algum tempo para sessões de escovação — escove-o algumas vezes por semana, de preferência 1 a 3 vezes por semana para remover pelos mortos, distribuir os óleos pela pele e manter os pelos limpos —, pois ele troca de pelos anualmente, duas vezes ao ano, e ainda mais sazonalmente.

Neste período, escovações mais frequentes com escovas especiais ajudam a controlar os pelos. O lado positivo é que a pelagem do Mal é praticamente sem cheiro, sendo que Malamutes possuem uma tendência de gato para manter seus pelos limpos. Banhos são raramente precisados, uma ou duas vezes ao ano à não ser que ele se suje muito.

Saúde do Malamute do Alasca

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Malamute parecendo triste por estar de prato vazio – Mals adoram comer!(Créditos/Copyright: “Por Sebastien Coell/Shutterstock”)

Sabe-se que cada raça de cachorro tem predisposição a determinadas doenças. O Malamute do Alasca, não passa ileso à essa regra. Isso, porém, não significa que todos os indivíduos da raça terão as patologias descritas no artigo, e sim que há chance de desenvolvê-las ao longo da vida.

Por isso, é muito importante que o tutor conheça os riscos de condições de saúde e doenças comuns, para preveni-los ou tratá-los o quanto antes. Primeiramente, quando decidimos comprar um cão de uma raça específica, é muito importante comprá-los de criadores éticos e responsáveis. Por isso, procure conhecer o trabalho do criador e os pais do seu filhote. Verifique se os pais possuem alguma doença que possa ser eventualmente transmitida à próximas gerações. Questione o criador sobre isso.

Problemas oculares

O Malamute do Alasca tem tendência a desenvolver os seguintes distúrbios oculares:

Catarata – Cães desta raça possuem tendência ao desenvolvimento de catarata, portanto, torna-se necessário um controle periódico no veterinário de confiança já que é uma condição que pode ser tratada.

Glaucoma – O Malamute do Alasca tem predisposição ao desenvolvimento de glaucoma primário. Trata-se de doença caracterizada pela elevação da pressão intra-ocular e pela morte de células da retina e do nervo óptico. Pode causar cegueira irreversível. Provoca vermelhidão nos olhos, aumento de volume do globo ocular, lacrimejamento, edema de córnea e dor.

Distrofia Corneana – Condição progressiva hereditária que afeta ambos os olhos. Existem três tipos de distrofia corneana, categorizados por localização: distrofia corneana epitelial (onde a formação celular é afetada), distrofia corneana estromal (onde a córnea ficará turva), e distrofia corneana endotelial (onde as células do revestimento da córnea são afetadas). O Malamute do Alasca, assim como cães da raça Husky Siberiano, possui maior predisposição ao desenvolvimento de distrofia do estroma.

Problemas osteoarticulares

Os problemas mais comuns nestes cães são:

Displasia coxofemoral

A displasia coxofemoral é o distúrbio mais comum em cães de grande porte, que tem crescimento muito rápido. Trata-se de uma instabilidade causada pela alteração no acetábulo, colo e cabeça do fêmur.

Hereditariedade e o ambiente em que o cachorro vive influenciam, certamente, o surgimento da enfermidade. Por ser transmitido geneticamente, machos e fêmeas que tenham esse problema de saúde não são recomendados para reprodução.

O animal pode começar a desenvolver essa complicação ainda quando jovem. Normalmente surge entre quatro meses e um ano de idade.

Displasia do cotovelo

A displasia do cotovelo é uma doença degenerativa muito frequente em cães jovens. É transmitida geneticamente, todavia pode estar relacionada também à alimentação, manutenção do peso, ambiente, qualidade dos ligamentos, excesso de exercício físico ou traumatismos.

Os primeiros sintomas podem começar a aparecer aos 4-5 meses. O cachorro pode, então, mostrar intolerância ao exercício e claudicação ao iniciar um movimento ou depois de um exercício prolongado. Entretanto, alguns cachorros podem não apresentar sinais até a idade avançada. Nestes casos, é comum que a condição seja acompanhada de osteoartrite.

Sistema Digestório

Torção Gástrica

A torção gástrica, também conhecida como dilatação vólvulo gástrica, é um distúrbio comum em cães de portes grandes e gigantes. É um quadro considerado emergência veterinária pois seu desenvolvimento é repentino e pode levar à morte em poucas horas (6-12 horas).

É uma condição na qual o estômago do cachorro vira, torcendo, assim, os canais de entrada e saída do órgão, além dos vasos sanguíneos. Por isso ocorre com mais frequência em cães de porte grande, já que possuem tórax profundo.

Dessa forma, o alimento contido no estômago fica retido e fermenta. A fermentação produz gás que fica aprisionado e, por isso, aumenta consideravelmente o volume estomacal, o que acaba comprimindo ainda mais os vasos e canais.

Portanto, o animal além de não conseguir eliminar o gás e/ou alimento retido por via oral ou intestinal, também não tem mais uma circulação sanguínea adequada podendo ocorrer necrose por estrangulamento da parede gástrica e de outros órgãos.

Disturbios dermatológicos

Dermatite Responsiva ao Zinco

A dermatose responsiva ao zinco é uma doença nutricionalmente responsiva. É considerada rara, entretanto cães da raça Malamute do Alasca e Husky Siberiano, possuem predisposição ao desenvolvimento do distúrbio.

Os sintomas iniciais são crostas grossas ou escamosas na pele e alopecia, especialmente em volta dos olhos e no focinho. Esse sintoma também pode ser visto nas orelhas, jarretes, sob os coxins e em volta dos órgãos genitais. Além disso, a pelagem pode ficar fosca e dura, e podem ocorrer infecções de pele secundárias.

Esta doença é causada por deficiência de Zinco, e pode ter duas origens: alimentar ou hereditária.

Quando provocada por questão alimentar, geralmente deve-se à dieta pobre em zinco, excesso de suplementos minerais (principalmente cálcio, ferro e cobre), ou alimentação com excesso de fitatos (substâncias encontradas em algumas dietas à base de cereais que interferem na absorção de zinco no intestino).

Em raças caninas como Malamute do Alasca, Husky Siberiano e Samoieda, a origem é hereditária. De fato, cães das raças descritas acima, possuem tendência à má absorção.

Sistema Nervoso

Cataplexia e narcolepsia

O Malamute do Alasca tem predisposição ao desenvolvimento de cataplexia e narcolepsia. A primeira é um episódio repentino e rápido no qual ocorre fraqueza muscular sem perda de consciência. A narcolepsia, entretanto, é um distúrbio de sono excessivo.

As duas condições, todavia, podem ocorrer juntas. É comum também em cães das raças Poodle, Doberman, Dachshund e Labrador.
Outras observações.

O Malamute do Alasca pode desenvolver outras doenças ao longo da vida, mesmo não tendo predisposição racial.

Por isso, o acompanhamento do médico veterinário, assim como conhecer bem seu próprio cachorro, é essencial para detectar precocemente a presença de alguma patologia.

Criadores responsáveis costumam investigar e testar seus cães para evitar a transmissão de doenças genéticas a outras gerações. O certo seria reproduzir apenas os indivíduos saudáveis. Entretanto, um filhote pode desenvolver uma destas patologias mesmo em reproduções cuidadosas.

Esta raça vive por cerca de 12 a 15 anos, o que não quer dizer que ele não possa viver por mais tempo. De fato, qualquer cachorro pode ter sua longevidade canina estendida desde que se tomem os devidos cuidados com a sua saúde.
(Correções e revisões feitas pelo médico(a) veterinário(a) Dra. Valentina Vecchi, CRMV/SP:21838)

Atividade & Exercícios do Malamute do Alasca

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Malamutes em sua atividade preferida, competições de trenós. (Créditos/Copyright: “/Shutterstock”)

O Malamute é definitivamente um candidato a tarefas. Eles são muitos energéticos e ativos. Mals adoram longas caminhadas, skijoring (puxar pessoas em skis), puxar trenós e carregar pesos. Eles precisam correr e brincar ao ar livre o dia inteiro se tiverem espaço. Se não puderem se exercitar eles se tornem entediados e destrutivos. O Malamute do Alasca precisa de pelo menos uma hora por dia de exercícios, mas nunca em climas quentes.

Enquanto caminha, ele deve sempre se manter ao lado ou atrás da pessoa que segura a guia, para que ele saiba quem é o líder. As brincadeiras podem até suprir suas necessidades físicas, no entanto, como em toda raça, apenas brincar não irá suprir seu instinto primário de caminhar. Cães que não fazem suas caminhadas diariamente são mais suscetíveis a apresentar problemas de comportamento.

O importante é dar os estímulos certos e mais adequados à idade, condições de saúde e nível de atividade da raça do seu cachorro. Para entender melhor o que pode ou não pode ser feito em termos de exercícios e estímulos, é preciso saber como estimular a mente do seu cão, e ter sempre em mente quais são os cuidados básicos na hora de exercitar o seu cachorro.

Existem diversos motivos para exercitar e estimular o seu cão, mas o mais importante deve ser a saúde física e mental dele, sem falar que um cachorro saudável pode viver por muito mais tempo ao seu lado.

Treinamento do Malamute do Alasca

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Malamute do Alasca treinando a nadar na piscina.

(Créditos/Copyright: “Por Wasitt Hemwarapornchai/Shutterstock”)
Comece o treinamento do seu filhote no primeiro dia que ele chegar em casa. Mesmo com cerca de 8 semanas de vida ele é capaz de absorver tudo aquilo que você quiser ensiná-lo. Não espere que ele tenha 6 meses de idade para iniciar o treinamento dele e você terá um cachorro bem mais teimoso para lidar.

Devido ao seu tamanho, força e inteligência, é altamente recomendável que Malamutes sejam treinados em obediência desde pequenos antes que eles fiquem grandes e fortes o suficiente para manobrar — or ser mais esperto — que seus donos. Embora Mals sejam amigáveis e comportados, eles precisam de uma abordagem firme no seu treinamento para conseguir a obediência desejada.

Quando o treinamento é divertido, ou seja, mistura técnicas de adestramento com diversão, o resultado é sempre muito mais positivo. Algumas dicas de como se divertir exercitando o seu cachorro poderão ajudar você a treiná-lo brincando. É importante conhecer o seu cão e entender quais são as atividades preferidas do cachorro.

O treinamento da caixa é algo também fortemente recomendado para o Malamute do Alasca,pois eles são um tanto difíceis de treinar a fazer suas necessidades fora de casa. Não só ajuda no treinamento dentro de casa, mas também serve como um espaço para se acalmar e relaxar, além de evitar que ele saia mastigando tudo por ai enquanto você estiver fora. A caixa é apenas uma ferramenta, não uma jaula, por isso não mantenha-o preso ali por longos períodos. O melhor lugar para o seu Mal é sempre com você.

Ensinar o seu cachorro a deitar, sentar e ficar no lugar é vital para o treinamento de um filhote, procure se informar sobre como adestrar o seu cachorro, é muito comum cometer erros durante o processo de treinamento.

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(Correções e revisões feitas pelo médico(a) veterinário(a) Dra. Valentina Vecchi, CRMV/SP:21838)

1 comentário em “Malamute do Alasca”

  1. Esta raça é na minha opinião uma das mais lindas que existe. Eu tenho um casal e sou muito orgulhoso deles. Eles são mesmo maravilhosos, mas apesar de precisarem de espaço não se pode dar mole com eles, porque eles são muito fujões. Faz parte do instinto selvagem da natureza dos lobos tão marcante ainda na personalidade deles. Até uivar eles uivam. A pelagem dá um pouco de trabalho para manter toda essa exuberância, não vou negar. Mas todo o carinho que recebo de volta vale cada segundo da teimosia deles. Eles são muito família e adoram estar perto da gente, foi uma das razões para que eu comprasse a fêmea – o macho precisava de uma companheira pra não se sentir tão só, afinal eles sentem falta de uma grande matilha.

    Eles são ótimos vigias, mas não costumam latir. Costumam tolerar estranhos mas são muito fiéis aos donos. São amáveis mas não gostam que fiquem agarrando eles o tempo inteiro. Eles gostam da presença umd o outro mas não curtem a presença de outros cachorros. Eles não costumam provocar e se meter em brigas, mas se entrarem em uma são eles que irão terminar porque são muito fortes. São uma delícia de conviver!

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