Fila Brasileiro

Esta raça de grande porte, ossatura pesada, corpo retangular, cabeça massiva com lábios pendentes é conhecida pela sua habilidade trabalhadora, lealdade, determinação, bravura e coragem.

Nativa do Brasil, ou seja desenvolvida no país, o Fila Brasileiro é também a primeira raça brasileira a ser reconhecida internacionalmente.

A origem do Fila brasileiro está atrelada à vinda dos europeus ao país na época da colonização brasileira, quando trouxeram seus cães de trabalho para viverem aqui.

Dos cruzamentos usados com cães Pastores Portugueses, Mastifes Ingleses, Buldogues e Bloodhounds surgiu um cão de porte grande e de forte estrutura óssea herdada dos Mastifes Ingleses, a pele solta e as orelhas baixas dos Bloodhounds, e a resistência dos Buldogues.

Saiba mais sobre Fila Brasileiro abaixo:

Índice de conteúdo:

Ficha Técnica da raça Fila Brasileiro

Origem: Brasil
Data de origem: início do XIX
Grupo de Raças: FCI Grupo 02 – Cães de tipo pinscher e schnauzer, molossóides, cães montanheses e boieiros suíços – Molossóides / Mastiff / AKC Grupo de Cães Trabalhadores.
Função original: cão pastor, cão de guarda.
Função atual: cão de guarda, cão de companhia
Outros nomes ou apelidos: Mastife Brasileiro, Molossóide Brasileiro, cão de fila.
Tamanho: porte grande
Altura: de 65 cm a 75 cm
Peso: de 41 kg a 50 kg
Cores: malhado ou tigrado, em todas as cores, exceto branco, cinza, preto ou marrom.
Pelos: curto, liso.
Manutenção: fácil
Expectativa de vida: cerca de 9 a 11 anos
Filhotes:
Reconhecimento (Canil): FCI, CAFIB, CKC, NKC, APRI, ACR, DRA, ACA.

Introdução à raça Fila Brasileiro

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Perfil do Fila Brasileiro de pelagem tigrada característica da raça. (Créditos/Copyright: “Nick Starichenko/Shutterstock”)

O Fila é um guardião insuperável, pastor de ovelhas, caçador de jaguar e cão policial. Além disso, o Fila é ávido para agradar, um companheiro dedicado e amável.

O seu ritmo de marcha natural, corpo atlético, faro excelente, pelagem curta e sua forte habilidade para nadar, junto a uma extrema tolerância para climas extremos (quente ou frio), bem como o temperamento forte lhe dá uma enorme versatilidade.

Robusto e de aparência facial agressiva, teve o seu padrão inicial modificado para apresentar um rosto “menos violento”. A sua pelagem curta inclui malhados com a exceção de inteiro branco, preto e marrom, cinza e pelos com mais de 25% de marcas brancas.

Os machos são maiores e as fêmeas costumam ser menores. A raça costuma ser rara nos Estados Unidos e em outras partes do mundo.

Os Filas ainda ainda possuem uma aversão natural a estranhos, um alto instinto de defesa territorial e um espírito intenso que demandam socialização desde cedo e treinamento de obediência firme.

A raça deve ser mantida sob forte liderança o tempo inteiro, pois como são altamente protetores, podem se tornar agressivos de acordo com a situação. O Fila não é uma escolha apropriada para os novatos e inexperientes.

Embora o padrão da raça diga que sejam dóceis, obedientes e comportados com a sua família, extremamente tolerantes com crianças e calmos e seguros em novas situações, eles não nascem assim.

Este cão é grande, poderoso, inteligente, ativo e teimoso. O Fila precisa requer o pulso de donos firmes e experientes, de um líder capaz de desenvolver e lidar com estas características guiando o cão com firmeza e consistência sem usar força e crueldade.

Origem da raça Fila Brasileiro

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Fila Brasileiro adulto no parque. (Créditos/Copyright: “Artush/Shutterstock”)

O Fila Brasileiro é a primeira raça brasileira a ser reconhecida internacionalmente pela FCI em 1940, contudo o Fila é um personagem anônimo na História do Brasil desde os tempos do seu descobrimento, quando ajudou os colonizadores na conquista do território brasileiro, seja protegendo as comitivas dos Bandeirantes de ataques de nativos e de onças ou suçuaranas, ou ajudando colonizadores a recapturar escravos fugitivos durante o período da escravatura.

Os primeiros Filas

Historicamente, os Filas sempre estiveram presentes em todas as regiões do território brasileiro, mas a rota dos tropeiros, levando mercadorias do interior do território para o litoral, influenciou em uma maior presença da raça em determinadas regiões.

A incidência sempre foi maior nas regiões centro-oeste e sudeste, principalmente em Minas Gerais e em Mato Grosso, pois os tropeiros sempre tinham suas comitivas protegidas por Filas, mas algumas gravuras do início do século XIX atestam que esta raça já estava presente também no Nordeste brasileiro desde a mesma época.

O Fila Brasileiro teve seu apogeu nas décadas de 1970 e 1980, quando era uma das raças com maior número de registros. Nesta mesma época, criadores tentaram mudar o padrão oficial da raça para abrandar o temperamento agressivo que, de certa forma, era exaltado no padrão anterior.

Uma escolha que hoje em dia é polêmica, pois há quem acredite que o Fila seja um cão com verdadeira ojeriza a estranhos, mas muito dócil com a família e crianças, outros concordam que ele é muito dócil com a família e crianças, mas preferem um temperamento de guarda mais brando no qual o cão não seria capaz de aceitar uma invasão territorial, mas um visitante acompanhado de seu dono.

Foi então que a palavra “ojeriza” foi substituída por aversão, mantendo o mesmo significado na expressão “possui aversão a estranhos” em seu padrão oficial.

O Fila é conhecido pela sua fidelidade e devoção extrema ao seu dono, características que criaram um provérbio brasileiro secular que diz: “fiel como um fila”, sendo que tais características comportamentais foram apreciadas durante os séculos de desenvolvimento da raça, o que ajudou muito a popularizá-la.

Origem controversa

Muito se fala sobre as raças que deram origem à raça, mas a intervenção do homem no seu aperfeiçoamento dividiu igual importância com a seleção genética natural a que estes cães foram submetidos devido às árduas condições encontradas pelos primeiros Filas em nossa história.

Eles desempenhavam as mais variadas funções junto aos colonizadores, como guarda, caça, proteção contra animais selvagens, pastoreio de bovinos, rastreador para localizar e capturar escravos fugitivos na época da escravidão no país, e até cão de guerra, nos ataques a tribos nativas e posteriormente aos quilombos.

Existem algumas hipóteses com relação ao surgimento desta raça, e devido a haverem tantas versões quanto ao seu surgimento, porém nenhuma comprovada, o padrão oficial da raça omite qualquer versão histórica por não haver consenso entre os criadores sobre qual versão é a verdadeira.

Mesmo assim, uma das teorias mais aceitas é a de que o Fila Brasileiro descende do Mastife inglês do século XV, do Bloodhound, do Buldogue e de cães Rafeiros como os cães Pastores Portugueses.

Dentre as características herdadas, do Bloodhound, o Fila herdou a pele solta, as orelhas baixas e o seu faro, que lhe dá uma excelente habilidade farejadora. O Mastife contribuiu para o seu corpo compacto de forte estrutura óssea, a sua coragem e a disposição alerta.

Já os Buldogues lhe deram a resistência e o temperamento impetuoso. Quando o Fila encontrava a sua presa, ele não atacava, mas segurava pelo pescoço até que o caçador os encontrasse.

O Fila no resto do mundo

A sua excelente habilidade de rastreio o levou a América do Norte e Europa. Contudo, devido ao seu tamanho e potencial para agressão, a raça foi injustamente banida de alguns países: Reino Unido, Israel, Dinamarca, Noruega, Malta e Ciprus, sendo que vários outros países possuem severas restrições com relação ao Fila Brasileiro.

A raça foi registrada pela Confederação Brasileira de Clube de Canil ou FCI em 1946, mas não é reconhecida pela AKC ou UKC.

Aparência do Fila Brasileiro

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Fila Brasileiro castanho no parque. (Créditos/Copyright: “Artush/Shutterstock”)

O Fila Brasileiro é uma raça típica molossoide com poderosa estrutura óssea, corpo compacto e retangular, porém harmonioso e proporcional. Embora a sua massividade seja muito aparente, ele também possui uma enorme agilidade.

As fêmeas mostram uma feminilidade bem definida, que as diferencia imediatamente dos machos. A sua herança do Bloodhound fica clara pelo longo focinho, pele pendurada e habilidade de faro. Seus lábios pendurados dão uma aparência de Mastife.

O seu pescoço é grosso com uma papada, sendo que a sua pele solta é uma das suas mais importantes características. É grossa e solta pelo seu corpo todo, principalmente no pescoço, caindo pelo peitoral e abdômen. Alguns ainda apresentam dobras nas laterais do rosto e também na cernelha, descendo para os ombros.

As suas costas é forte e reta subindo levemente até a sua traseira. A sua passada é medida e elástica, como um gato. Uma das suas principais características é o seu ritmo, movendo duas patas para um lado primeiro, seguido pelas outras duas patas do outro lado, como um camelo, causando um movimento rotacional lateral do tórax e traseira acentuado pelo rabo quando levantado.

Durante a caminhada o Fila mantém a cabeça baixa. A sua pelagem é curta, macia, densa e suave, resistente ao clima, podendo ser de muitas cores, sólidas ou malhadas, exceto branca, cinza, com manchas ou preta e bege. As cores mais típicas são castanho, preto e rajado. Malhados de uma cor básica pode ter menos listras ou muita intensidade. Uma máscara negra pode ou não estar presente. Marcas brancas são permitidas apenas nas patas, peito e ponta do rabo.

Ambiente Ideal para o Fila Brasileiro

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Fila Brasileiro filhote no gramado do jardim. (Créditos/Copyright: “Shchipkova Elena/Shutterstock”)

Esta raça não é adequada para a vida na cidade, pois o seu corpo vigoroso deve gastar energia em liberdade em locais amplos. Ele precisa de um jardim cercado, porém com bastante espaço para correr. Ele pode dormir do lado de fora, porém abrigado adequadamente.

O Fila é muito ativo e precisa de tarefas ou trabalho, o que pode ser qualquer coisa desde caminhar na coleira diariamente a treinamentos diários. Ele não ficará satisfeito em ficar deitado o dia todo sem fazer nada, precisa se manter ocupado.

Temperamento & Personalidade do Fila Brasileiro

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Fila Brasileiro adulto deitado com o rosto na grama fazendo um chamego. (Créditos/Copyright: “kmint stock/Shutterstock”)

O temperamento de qualquer cão é afetado por inúmeros fatores, incluindo hereditariedade, treinamento, e socialização. Os filhotes que possuem bons temperamentos costumam ser curiosos e brincalhões, costumam se aproximar das pessoas e gostam de ser carregados por elas.

Como todo cão, o Fila Brasileiro precisa de socialização desde filhote — o exponha à diferentes pessoas, locais, sons, cenas e experiências. A socialização ajuda a garantir que o seu Fila cresça saudável para tornar-se um cão sociável.

Um fiel protetor para a vida inteira

O Fila Brasileiro é um Mastife poderoso, determinado e corajoso. É dócil com a família e capaz de ser um companheiro muito leal e amável, pois é extremamente dedicado aos seus donos.

Eles estão sempre buscando a companhia dos donos e costumam amar as crianças da família com o mesmo fervor, aguentando até certos abusos. E também são capazes de se dar bem com outros animais da casa.

O Fila possui uma disposição calma, segura e confiante, não costuma ficar perturbado com barulhos estranhos, tão pouco estranha novos ambientes. É um cão de guarda inigualável, e por instinto um excelente caçador.

Um Fila irá protegê-lo sem hesitar em qualquer momento, pois acha que é a sua missão na vida. Uma vez que este laço, entre dono e cão, se estabeleça, você e sua família se tornam o seu único mundo. Você não precisa ensinar o Fila a te proteger, ele fará naturalmente, pois é da sua natureza ser leal e protetor junto a sua família.

O Fila não é para qualquer um!

Embora tenha estas excelentes características, o temperamento intenso do Fila não é para qualquer um. Enquanto é afetuoso e dócil com a sua família e até crianças, também é instintivamente possessivo e territorial e não costuma ser receptivo com estranhos.

Por ser um protetor feroz da família e do lar, não se pode esperar que ele seja amigável com pessoas que não costuma ver ou conviver o tempo todo.

O Fila precisa de um dono dominante que entenda o instinto de alfa do bando. Uma socialização adequada e o entendimento com relação aos instintos da raça são a chave para o sucesso quando se tem um Fila em casa.

Nunca deixe que esta raça tome conta de tudo, ele precisa de um dono capaz de apresentar uma autoridade natural. Seja firme, confiante e consistente. Um cão com deste tamanho e força que acredita ser o alfa da família pode ser muito perigoso. Neste caso, socialização é imprescindível, desde filhote e frequente.

Não interrompa a socialização quando jovem, pois isso acaba moldando o seu temperamento para ser anti-social, fazendo com que ele desenvolva a famosa característica da raça – “ojeriza a estranhos” – uma aversão comum do Fila com relação a pessoas que não pertencem ao seu convívio.

É necessário socializá-lo durante a vida inteira. Socialização desde filhote não fará com que ele passe a gostar de estranhos, mas irá mostrá-lo que nem todo mundo é uma ameaça. Isto fará com que ele fique mais confiante e mais estável em todos os ambientes.

Cachorros que sentem que precisam tomar a liderança no lar não são tão felizes como aqueles que seguem a liderança e os comandos de seus donos, pois é muito estressante para um cão achar que tem que manter seus donos na linha.

Saiba escolher o seu filhote

O Fila perfeito não nasce perfeito, ele é produto da sua hereditariedade e criação. Seja lá o que for que você deseja dele, procure por um que tenha tido pais com boa personalidade e que tenham sido socializados desde filhotes.

Qualquer cão pode desenvolver níveis desagradáveis de latidos, cavações e outros comportamentos inadequados se estiver entediado, destreinado ou não supervisionado.

Compre um filhote que tenha sido criado em casa e tenha certeza de que ele foi exposto a diferentes locais e sons, assim como pessoas antes de ir para outro lar.

Continue socializando-o sempre levando a casa de amigos e vizinhos, sempre caminhando ao redor do bairro, assim como a passeios públicos. É a única forma dele aprender a diferenciar e reconhecer o que é normal e o que pode vir a ser uma ameaça.

Antes de comprar um filhote, procure saber como escolher o filhote ideal e não deixe de conversar com o seu criador, descreva exatamente o que você procura em um cachorrinho, e peça ajuda para escolher um filhote.

Os criadores costumam conviver com filhotes todos os dias e podem dar excelentes recomendações uma vez que saibam um pouco sobre o seu estilo de vida e personalidade.

Cuidados & Manutenção do Fila Brasileiro

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Fila Brasileiro adulto deitado descansando no gramado do jardim. (Créditos/Copyright: “Artush/Shutterstock”)

Comece a acostumar o seu Fila à ser escovado e examinado desde filhote. Mecha em suas patas com frequência — os cães costumam ser sensíveis com relação às suas patas — e olhe dentro de sua boca e orelhas.

Torne essa manutenção uma experiência positiva cheia de elogios e recompensas, e assim você irá construir a base para exames veterinários e idas ao petshop mais fáceis de se lidar.

Ao checá-lo, procure por machucados, arranhões, feridas ou sinais de infecção como vermelhidão, inchaço, ou inflamação na pele, nas orelhas, nariz, boca, olhos e patas. Este rápido exame pode levar a diagnósticos mais cedo e evitar maiores problemas de saúde.

Dentes, unhas e orelhas

Escove os seus dentes 2 ou 3 vezes na semana para remover tártaro e bactéria que proliferam dentro da boca – diariamente é ainda melhor para prevenir gengivite e mau hálito e ainda evitar o caimento de dentes precoce.

Corte suas unhas uma ou duas vezes ao mês se não forem gastas naturalmente. E cheque suas orelhas uma vez por semana por sujeira, vermelhidão ou mal cheiro que possam indicar infecções. Limpe-as semanalmente usando loção de de PH equilibrado para evitar maiores problemas.

Pelagem

O seu pelo curto e macio é fácil de cuidar. Escove-o com uma escova de cerdas firmes e passe um pano úmido para que que fique ainda mais brilhante. Dê banhos a cada 3 meses ou apenas quando for necessário. A raça costuma soltar pelos de forma moderada, e deve ser protegida de climas muito frios.

Atividade & Exercícios do Fila Brasileiro

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Dupla de Filas Brasileiros brincando juntos no parque. (Créditos/Copyright: “Artush/Shutterstock”)

O Fila Brasileiro precisa de caminhadas regulares e exercícios livres e vigorosos. A raça possui uma enorme quantidade de energia que precisa ser drenada, ou pode se tornar destrutivo e agressivo se não for exercitado e estimulado adequadamente. O importante é dar os estímulos certos e mais adequados à raça do seu cachorro.

Para entender melhor o que pode ou não pode ser feito em termos de exercícios e estímulos, é preciso saber como estimular a mente do seu cão, e ter sempre em mente quais são os cuidados básicos na hora de exercitar o seu cachorro.

Existem diversos motivos para exercitar e estimular o seu cão, mas o mais importante deve ser a saúde física e mental dele, sem falar que um cachorro saudável pode viver por muito mais tempo.

Saúde do Fila Brasileiro

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Filhote de Fila Brasileiro no jardim com seu perfil forte e massivo mesmo ainda jovem. (Créditos/Copyright: “Kotomiti Okuma/Shutterstock”)

Assim como acontece com cães de todas as raças, o Fila Brasileiro também tem predisposição a ter determinados distúrbios e doenças ao longo da vida. Isso, no entanto, não significa que todos os indivíduos da raça terão as doenças que serão descritas no artigo, e sim que há chance de desenvolvê-las.

Portanto, é muito importante que o tutor conheça os riscos para preveni-los ou tratá-los o quanto antes.

Primeiramente, quando decidimos comprar um cão de uma raça específica, é muito importante comprá-los de criadores éticos e responsáveis. Por isso, procure conhecer o trabalho do criador e os pais do seu filhote.

Verifique se os pais possuem alguma doença que possa ser eventualmente transmitida à próximas gerações. Questione o criador sobre isso.

Problemas ortopédicos

O Fila Brasileiro é um cachorro de porte gigante. Por isso, cachorros desta raça costumam ter, com certa frequência, problemas relacionados ao crescimento rápido. É extremamente importante que cães desta raça sejam corretamente alimentados quando filhotes. A nutrição completa e balanceada poderá evitar muitos distúrbios de crescimento.

Os problemas mais comuns no Fila Brasileiro são:

  • Displasia coxofemoral
  • Displasia de cotovelo
  • Osteossarcoma
  • Mielopatia Degenerativa

Displasia coxofemoral

A displasia coxofemoral é o distúrbio mais comum em cães de grande porte, já que crescem muito rapidamente. Trata-se de uma instabilidade causada pela alteração no acetábulo, colo e cabeça do fêmur.

Hereditariedade e o ambiente em que o cachorro vive influenciam, certamente, o surgimento da enfermidade. Por ser transmitido geneticamente, machos e fêmeas que tenham esse problema de saúde não são recomendados para reprodução.

O animal pode começar a desenvolver essa complicação ainda quando jovem. Normalmente surge entre quatro meses e um ano de idade.

Displasia do cotovelo

A displasia do cotovelo é uma doença degenerativa muito frequente em cães jovens. É transmitida geneticamente, todavia pode estar relacionada também à alimentação, manutenção do peso, ambiente, qualidade dos ligamentos, excesso de exercício físico ou traumatismos.

Os primeiros sintomas podem começar a aparecer aos 4-5 meses. O cachorro pode, então, mostrar intolerância ao exercício e claudicação ao iniciar um movimento ou depois de um exercício prolongado.

Entretanto, alguns cachorros podem não apresentar sinais até a idade avançada. Nestes casos, é comum que a condição seja acompanhada de osteoartrite.

Osteossarcoma

Este é o nome de um tumor maligno ósseo muito comum em cães de porte grande e gigante. Na maioria dos casos, começa a se desenvolver na região dos joelhos e/ou cotovelos dos cães e, embora possa afetar animais de todas as idades, é mais frequente em cachorros adultos e idosos.

Além disso, este câncer causa metástase de maneira extremamente rápida. Por isso, muitos dos cães, ainda no momento do diagnóstico, já podem apresentar chances baixas de sobrevida.

Mielopatia Degenerativa

A Mielopatia Degenerativa é uma doença da medula espinhal. Trata-se de uma condição crônica, lentamente progressiva e, como diz o próprio nome, degenerativa. Acomete com maior frequência cães de grande porte em idade adulta mais avançada.

Os sinais clínicos iniciais são incoordenação e dificuldade para andar, sem dor dos membros pélvicos. Não existem exames específicos e precisos para diagnóstico desta doença no animal vivo ainda.

A doença não tem cura. Por isso, seu tratamento é meramente paliativo. Ou seja, nestes casos são recomendados o uso antiinflamatórios, suplementação de nutracêuticos, fisioterapia e acupuntura. O tratamento tem como função a melhora da qualidade de vida é diminuição da dor.

Torção Gástrica

A torção gástrica, também conhecida como dilatação vólvulo gástrica, é um distúrbio comum em cães de portes grandes e gigantes. É um quadro considerado emergência veterinária pois seu desenvolvimento é repentino e pode levar à morte em poucas horas (6-12 horas).

É uma condição na qual o estômago do cachorro vira, torcendo, assim, os canais de entrada e saída do órgão, além dos vasos sanguíneos. Por isso ocorre com mais frequência em cães de porte grande, já que possuem tórax profundo.

Dessa forma, o alimento contido no estômago fica retido e fermenta. A fermentação produz gás que fica aprisionado e, por isso, aumenta consideravelmente o volume estomacal, o que acaba comprimindo ainda mais os vasos e canais.

Portanto, o animal além de não conseguir eliminar o gás e/ou alimento retido por via oral ou intestinal, também não tem mais uma circulação sanguínea adequada podendo ocorrer necrose por estrangulamento da parede gástrica e de outros órgãos.

Problemas oculares

Filas Brasileiros podem desenvolver os seguintes distúrbios:

  • Úlcera de Córnea – Ocorre quando a superfície transparente do olho, a córnea, é gravemente ferida. Cães com este distúrbio tendem a piscar os olhos repetidamente e manter um deles sempre fechado.
  • Cherry Eye – Conhecido na veterinária como prolapso da glândula da terceira pálpebra. Ocorre por flacidez dos ligamentos que sustentam a glândula da terceira pálpebra, principalmente, em filhotes. Desta forma, a glândula sai e fica exposta. A correção é cirúrgica.
  • Entrópio – Malformação que causa o reviramento da pálpebra para dentro causando sérias irritações que podem levar à graves doenças no olho do animal. O Entrópio pode acometer a pálpebra superior ou a inferior de um olho ou de ambos os olhos. Pode ser de origem congênita ou adquirida.

Distúrbios dermatológicos

Por terem muitas pregas, os Filas Brasileiros têm tendência a apresentar intertrigo, nome dado ao distúrbio causado pelo atrito de dobras cutâneas.

Acomete as regiões de pregas e dobras cutâneas tais como as pregas da face dos cães braquicefálicos. Além disso, pode acometer pregas labiais, peri-vulvares, caudais, axilares, inter-mamárias ou de outras regiões corpóreas em raças que possuem excesso de pele.

Por serem locais abafados, com retenção de umidade e protegidos do sol, são ambientes ideais para proliferação bacteriana.

Outras observações

Claramente, o Fila Brasileiro, assim como todos os outros cachorros, pode desenvolver outras doenças ao longo da vida, mesmo não tendo predisposição racial.

O acompanhamento do médico veterinário, assim como conhecer bem seu próprio cachorro é, portanto, essencial para detectar precocemente a presença de alguma patologia.

O Fila Brasileiro pode viver de 8 a 12 anos, o que não quer dizer que ele não possam viver por mais tempo. Na verdade, qualquer cachorro pode estender a sua longevidade desde que se tomem os devidos cuidados com a sua saúde.

Treinamento do Fila Brasileiro

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Fila Brasileiro sorrindo no parque. (Créditos/Copyright: “Artush/Shutterstock”)

Este poderoso cão não é recomendado para novatos, ou seja, donos de 1a. viagem. Aulas de obediência são recomendadas, e exigidas a todo tempo. O Fila Brasileiro pode ser difícil de controlar.

Um dono dominante é essencial para um cão ter bom comportamento e ser obediente. É muito importante ensiná-lo desde filhote quem é o líder.

O Fila também precisa de socialização desde filhote para aprender a lidar com novas situações. Eles podem ser muito teimosos e cabeça-duras, mas são fáceis de treinar a fazer suas necessidade em locais apropriados.

Comece o treinamento logo que o filhote chegar em casa, enquanto ele tem um tamanho mais fácil para lidar. Tente fazê-lo desempenhar comandos antes de receber refeições, brinquedos ou brincadeiras.

Como todo cão, o Fila Brasileiro quando filhote costuma mastigar tudo, e por serem grandes, podem fazer grandes estragos. Não deixe que ele tenha acesso a casa inteira até que ele se torne maduro. Mantenha ele sempre ocupado com treinamento, brincadeiras e socialização.

Brincadeiras devem fazer parte do treino

Um Fila brasileiro entediado é um cão destrutivo, que gosta de cavar, mastigar coisas e ter outros comportamentos desagradáveis. Ele aprenderá melhor através de sessões de treinamento divertidas que envolvam repetição e técnicas de esforço positivo, elogios e recompensas.

Quando o treinamento é divertido, ou seja, mistura técnicas de adestramento com diversão, o resultado é sempre muito mais positivo.

Algumas dicas de como se divertir exercitando o seu cachorro poderão ajudar você a treiná-lo brincando. É importante conhecer o seu cão e entender quais são as atividades preferidas do cachorro. Ensinar o seu filhote a sentar, deitar e ficar no lugar é vital para o seu treinamento.

Há vários métodos também de treiná-lo a fazer suas necessidades em locais apropriados ou fora de casa. Considere o método da caixa se precisar adaptá-lo a um ambiente seguro e confinado por razões de segurança e conforto.

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5 comentários em “Fila Brasileiro”

  1. Linda história do Roberto! O amor e respeito aos animais merecem aplausos. Muito significativo no relato é sobre o espaço que tinha para seus cachorros viverem a vontade. Hoje, vejo tantas casas com enormes quintais e sem nenhum cachorrinho correndo no gramado… certamente esses donos de quintais não terão lindas histórias igual a do Roberto Pires para nos contarem, no futuro.

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  2. Já tive um casal de filas, logo que comecei a construir minha casa onde moro até hoje. Nunca maei tanto dois cachorros na vida e não me esqueço deles. Isso foi a mais de 40 anos. Os filas estavam no auge – eram guardiões muito apreciados. E minha casa fica num bairro muito afastado, onde na epoca não havia muita coisa ao redor. É quase um sítio e tem muito espaço. Ou seja, era o ambiente ideal para as minhas fera tão amadas. Eles eram enormes e metiam medo. Mas eram doces, leais e muito inteligentes. Um comando bastava. A casa vivia cheia e nunca tivemos problemas com as vistas. Eles circulavam por lá livremente, entre as pessoas sem que nginuém tivesse medo ou era incomodado. E olha que agente bagunçava bastante naquela epoca. Tila e Átila eram um casal sensacional. Semrpe nso alertava de qualquer barulho estranho e viviam caçando qualquer coisa que se aventurasse pelo nosso quintal. Às vezes um quati ou ouriço caixeiro se davam mal, lagartos e até cobras já tiveram seus fins lá pelo quintal. Mas nunca precisamos ser protegidos de gente ou coisa mais perigosa – eles impunham respeito. Meus filhos, na epoca eram pequenos e eu podia até deixá-los sozinhos com ele. Eles guardavam a porta da casa como ninguém. Duvido que alguém tivesse a coragem ou passasse por eles desapercebido. Átila faleceu de velhice e logo depois Tila também foi ao encontro do marido. Tve muitos outros cachorros de todas as raças e portes, mas ninguém se iguala aos meus Filas.

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  3. Ficamos felizes em saber disso, Roberto. O importante mesmo é que o seu cachorro seja adequado ao seu modo e estilo de viver. Respeitar as necessidades do cão faz toda a diferença no convívio diário. Que vocês sejam muito felizes juntos.

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  4. P/ mim o fila é um cão perfeito. P/ meu gosto e minhas necessidades. Eu e minha família moramos na roça e precisamos de cães realmente agressivos e bons com a família. Apesar do fila já ter esse comportamento anti estranhos eu o reforço não deixando ver estranhos. Como moramos um pouco isolados isso nos dá uma certa tranquilidade. E os cães ( possuo um casal ) ficam soltos o tempo todo a não ser quando recebo vizitas ao pessoas p/ fazer algum reparo então eu os prendo dentro de casa mesmo p/ que eles nem vejam ou se for ver que seja rapidamente p/ eles serem agressivos mesmo. Antes de escolher o cão eu pesquisei muito e fiquei entre o rotwallei, pastor alemão e o doberman e o fila mas acabei por escolher o fila. E é isso. não me arrependo, já tive um número enorme desses cães que nem saberia dizer quantos e sempre muito satisfeito com eles. Mas é importante ter pulso com eles. fora isso é tudo de bom.

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