Beagle

O Beagle é uma raça de cães de pequeno e médio porte, de aparência muito similar ao Foxhound, porém menor, com pernas mais curtas, orelhas mais longas e macias e corpo sólido. Beagles são farejadores sabujos, desenvolvidos principalmente para o rastreamento de animais pequenos como coelhos, lebres e outros animais de caça.

Índice de conteúdo:

Ficha Técnica da raça Beagle

Origem: Reino Unido
Data de origem: 1.830
Grupo de Raças: FCI Grupo 06 – Cães Sabujos Farejadores e Raças Semelhantes / AKC Grupo de Cães Hound / Cães de caça.
Função original: cães de caça farejadores
Função atual: cão de caça e companhia
Tamanho: porte pequeno
Altura: Fêmea de 33 cm a 38 cm / Macho de 36 cm a 41 cm.
Peso: Fêmea de 9 kg a 10 kg / Macho de 10 kg a 11 kg.
Cores: dourado e branco, laranja e branco, vermelho e branco, tricolor
Pelos: curto, comprimento médio
Manutenção: fácil, escovar semanal, banho ocasional.
Expectativa de vida: cerca de 12 a 15 anos
Filhotes: de 2 a 14 filhotes de Beagle por cria, sendo 7 um padrão comum.
Reconhecimento (Canil): CKC, FCI, AKC, UKC, KCGB, CKC, ANKC, NKC, NZKC, APRI, ACR, DRA, NAPR, ACA.

Introdução à raça Beagle

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Beagle adulto parado na neve (Créditos/Copyright: “Alena Stalmashonak/Shutterstock”)

Os Beagles têm um olfato tão afiado e excelente instinto de rastreamento, além disso, Beagles são inteligentes e muito populares como animais de estimação por causa de seu tamanho, bom temperamento e ausência de problemas de saúde genéticos. Embora os cães da raça do tipo Beagle existam há mais de dois mil anos, a raça moderna foi desenvolvida no Reino Unido por volta de 1830 a partir de várias raças, incluindo a Talbot Hound, o North Country Beagle, o Southern hound e possivelmente o Harrier.

Os Beagles são representados na cultura popular desde a época elizabetana na literatura e na pintura e, mais recentemente, no cinema, televisão e quadrinhos, como o famoso cãozinho de estimação do popular personagem inglês, Charlie Brown, o Snoopy.

O seu tamanho pequeno permitia que fosse seguido à pé na hora de caçar, podendo até ser carregado e ainda cabia entre os arbustos sem se machucar. É também famoso pelo seu uivo melancólico que costumava ajudar os caçadores a localizarem-no à distância. Além disso, a sua personalidade amigável permite que ele se dê bem com outros cães sendo um excelente caçador em bando. Por esta razão também adora companhia, seja ela humana ou canina.

Beagles amam o ar livre e são ótimos companheiros de passeio, sempre bastante entusiasmados, uma excelente raça para crianças e adultos, sempre gentil, incrivelmente tolerante e sempre pronto para brincar. Eles são alegres e amáveis, mas como todo hound, podem ser teimosos também, por isso exigem paciência e treinamento com técnicas criativas. Com a quantidade de exercícios suficientes, pode se tornar um animal de estimação calmo e brincalhão. Nascidos para farejar, nada os fazem mais felizes que sair por aí atrás de algum cheiro interessante, podendo até ignorar tudo à sua volta.

Beagles também adoram comer, e fariam de tudo para achar ou acessar comida, por isso os treinamentos com recompensas de comida são excelentes opções para que obedeçam aos seus comandos. Se você for capaz de dar oportunidades à ele de usar o seu faro, mesmo que seja para sair por aí farejando durante caminhadas, levando para caçar ou treinando-o para competições caninas, o Beagle sempre será uma companhia maravilhosa. A melhor coisa sobre eles é que não importa o que façam, eles irão sempre lhe fazer rir – até mesmo quando forem levados.

Origem da raça Beagle

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Beagle no meio da floresta caçando (Créditos/Copyright: “Lunja/Shutterstock”)

Cães de tamanho e finalidade semelhantes ao do Beagle moderno foram encontrados na Grécia Antiga, do século V por volta de 433 a.C., no Tratado Sobre a Caça ou Cynegeticus, que referia-se a um cão que caçava lebres através do olfato e que as seguia à pé.

Cães de pequeno porte também são mencionados na legislação florestal de Canuto. Se verdadeiro, essas leis confirmam que cães do tipo Beagle estavam presentes na Inglaterra antes de 1.016, mas é provável que tais leis foram escritas durante a Idade Média para dar uma sensação de antiguidade e tradição à Lei das Florestas.

A origem da palavra “Beagle” é incerta, embora tenha sido sugerido que a palavra deriva do francês “begueule”, que significa “garganta aberta”: uma fusão entre bayer“aberto” – e gueule“boca”. Ou da palavra “beag”, que significa “pouco” e provém do Inglês Antigo, do francês ou do gaélico. Outras possibilidades incluem a palavra francesa “beugler” (que significa “baixo”) e a palavra alemã “begele” (que significa “repreender”).

Os primórdios da raça Beagle

No século XI, Guilherme, o Conquistador, levou a raça Talbot para a Inglaterra. O Talbot era predominantemente branco e lento, e originava do Cão de Santo Humberto, que havia sido desenvolvido no século VIII. Em algum momento os Talbots ingleses foram cruzados com Galgos ingleses dando-lhes mais velocidade. Há muito extinto, o Talbot provavelmente deu origem ao Southern Hound que, por sua vez, é considerado um antepassado do moderno Beagle.

Os primeiros Beagles datam de cerca de 1500, em que durante esta época, caçadores ingleses levavam bandos destes cães para caçar coelhos, lebres, codornas e outros animais de pequeno porte. A raça é capaz de caçar sozinha, em pares ou em bando, enquanto caçadores os seguiam à pé, podendo até carregá-los no bolso se fosse necessário.

Desde os tempos medievais, o termo beagle foi usado como uma descrição genérica para os cães menores, embora estes cães diferissem consideravelmente da raça moderna.

Raças de cães pequenos do tipo Beagle eram conhecidas desde os tempos de Eduardo II e Henrique VII, visto que ambos tinham matilhas de “Glove Beagles” (Beagles de luva), chamados assim devido ao tamanho suficientemente pequeno para caber dentro de uma luva. A própria Rainha Elizabeth I chegou a manter uma raça conhecida como “Pocket Beagle”, pequena o suficiente para caber em uma “bolsa” ou “alforje”, que costumava levar durante as caçadas.

Nesta época, durante as caçadas, os cães maiores iam presos à coleiras ao chão, em seguida, os caçadores libertavam os cães pequenos para continuar na perseguição pela vegetação rasteira. Normas para o “Pocket Beagle” foram elaboradas apenas em 1901, mas essas linhagens genéticas estão agora extintas, embora criadores modernos tenham tentado recriá-las.

Southern Hound X North Country Beagle

Por volta do século XVIII duas raças foram desenvolvidas para caçar lebres e coelhos: o Southern Hound e North Country Beagle (ou Northern Hound). O Southern Hound, um cão alto, pesado, com uma cabeça quadrada e orelhas longas e macias, era comum ao sul do rio Trent e, provavelmente, intimamente relacionado com o Talbot Hound. Apesar de lento, tinha força e uma excelente capacidade olfativa.

O North Country Beagle, possivelmente um cruzamento entre o Talbot e o Galgo, foi criado principalmente em Yorkshire e era comum nos municípios do norte. Era menor do que o Southern Hound, menos corpulento, com um focinho mais pontudo, mais rápido, mas de capacidades olfativas muito menos desenvolvidas. Com a caça à raposa cada vez mais popular, os dois tipos de hound diminuíram. Estes beagles foram cruzados com outras raças maiores, como Stag Hounds, para produzir o Foxhound moderno. Assim, as variedades do Beagle chegaram perto da extinção, salvas apenas por alguns agricultores do sul que mantiveram as raças pequenas de caça ao coelho.

A base para a raça Beagle moderna

Acredita-se que em 1.830 um reverendo de nome Phillip Honeywood estabeleceu a sua matilha de Beagles em Essex formando a base para a raça moderna de Beagles. Embora detalhes desta linhagem não tenham sido registrados, é provável que North Country Beagles e South Hounds foram fortemente representados; assim como há suspeitas de que Harriers também tenham contribuído para boa parte da linhagem dos Beagles. Os Beagles de Honeywood eram pequenos, e puramente brancos. O Príncipe Albert e o Lord Winterton também tinham matilhas de Beagles em torno desta época e o auxílio real, sem dúvida, levou ao renascimento do interesse pela raça.

Embora creditado como o desenvolvedor da raça moderna, Honeywood concentrou-se na produção de cães de caça e deixou para Thomas Johnson o trabalho de refinar a reprodução para produzir cães caçadores atraentes e capazes. Duas raças foram desenvolvidas: as variedades de pelo áspero e liso. O Beagle de pelo duro sobreviveu até o início do século XX e não há registros de um cão dessa variedade fazendo uma aparição em apresentações caninas desde 1969, mas esta variedade está extinta, provavelmente por ter sido absorvida pela linhagem padrão dos Beagles.

O Beagle padrão

Em 1840, um tipo de Beagle padrão estava começando a se desenvolver: a distinção entre North Country Beagle e o Southern Hound tinha sido perdida, mas ainda havia uma grande variação no tamanho, características e confiabilidade entre as raças emergentes. Em 1856, quatro variedades de Beagles foram classificadas no Manual de Esportes Rural Inglês: o Beagle médio; o Beagle anão; o Beagle raposa (a versão menor e mais lenta do Foxhound); e o Beagle terrier, classificada como um cruzamento entre qualquer uma das outras variedades com uma das raças terrier escocesas.

Em meados de 1887, a ameaça de extinção estava em declínio na Inglaterra. O Clube do Beagle foi formado em 1890 e, ao mesmo tempo, o primeiro padrão elaborado. No ano seguinte, a Associação de Mestres de Harriers e Beagles foi formada. Ambas as organizações tinham como objetivo promover os melhores interesses da raça e ambas estavam ansiosas para produzir um tipo padrão de Beagle.

O Beagle padrão americano

Beagles foram para os Estados Unidos por volta de 1840, mas os primeiros cães foram importados exclusivamente para caça e variavam em qualidade. Tentativas sérias de estabelecer uma linhagem de qualidade começaram no início dos anos 1870, quando o general Richard Rowett de Illinois importou alguns cães da Inglaterra e começou a criá-los. Os Beagles de Rowett são considerados os formadores dos modelos para o primeiro padrão americano, elaborado por Rowett, LH Twadell e Ellmore Norman em 1887. O Beagle foi aceito como raça pelo American Kennel Club (AKC) em 1884. No século XX a raça se espalhou pelo mundo.

O declínio da raça durante a Guerra

Em sua formação, a Associação de Mestres de Harriers e Beagles assumiu a gestão de um programa regular de apresentações em Peterborough que teve início em 1889 e o Clube do Beagle, no Reino Unido, realizou a sua primeira mostra em 1896. A exibição regular da raça levou ao desenvolvimento de um tipo de uniforme. O Beagle continuou a se revelar um sucesso, até a eclosão da Primeira Guerra Mundial, quando todas as apresentações foram suspensas. Após a guerra, a raça novamente lutou pela sobrevivência no Reino Unido: o último dos Beagles Pocket provavelmente foi perdido durante essa época e os registros caíram para a maior baixa de todos os tempos.

Alguns poucos criadores conseguiram reavivar o interesse pelo cão e na Segunda Guerra Mundial a raça novamente ganhou popularidade. Os registros caíram novamente após o fim da guerra, mas quase imediatamente foram recuperados. Como cães de raça pura, Beagles foram sempre mais populares nos Estados Unidos e Canadá do que em seu país natal. O Clube Nacional do Beagle da América foi fundado em 1888. Na América do Norte a raça tem estado consistentemente entre as dez raças mais populares há mais de 30 anos.

O Beagle moderno

Hoje, os Beagles modernos são usados para uma variedade de caças, como coiote, cervos, e raposas. O seu faro poderoso e temperamento excelente fazem deles populares cães farejadores de drogas e produtos alimentícios contrabandeados. O Beagle de hoje é um cão tranquilo, mesmo com a sua forte natureza de caçador, e uma excelente escolha para cão de companhia. Além de estarem entre as raças de cachorros mais vendidas e mais populares do mundo.

Ambiente Ideal para o Beagle

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Beagle filhote brincando de mastigar folhas secas (Créditos/Copyright: “Easy Morning/Shutterstock”)

Os Beagles são muito energéticos, por isso não são muito adequados para locais pequenos, mas apesar disso, podem se contentar com uma pequena residência ou apartamento se tiverem oportunidades para correr e se exercitar de forma suficiente fora de casa. São bastante ativos e ficam mais felizes com um pequeno jardim cercado de forma segura, pois como são excelentes farejadores, costumam seguir cheiros interessantes sem parar até encontrar, por isso muitas vezes se perdem.

Além disso, são muito bons em escapar, por isso é importante estarem sempre na coleira ou seguros em local cercado devidamente. Preferem ficar na companhia da família e dormir dentro de casa, mas com acesso ao ar livre. Suportam climas temperados desde que tenham um local abrigado e quentinho para dormir à noite, de preferência perto de seus donos, pois não suportam ficar sozinhos no jardim e muito menos em canil.

Temperamento & Personalidade do Beagle

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Beagle filhote brincando com garotinha (Créditos/Copyright: “Easy Morning/Shutterstock”)

O temperamento de qualquer cão é afetado por inúmeros fatores, incluindo hereditariedade, treinamento, e socialização. Os filhotes que possuem bons temperamentos costumam ser curiosos e brincalhões, costumam se aproximar das pessoas e gostam de ser carregados por elas. Como todo cão, o Beagle precisa de socialização desde filhote — o exponha à diferentes pessoas, locais, sons, cenas e experiências. A socialização ajuda a garantir que o seu Beagle cresça saudável para tornar-se um cão sociável.

O Beagle tem um temperamento calmo e uma disposição moderada. Ele é doce, gentil, corajoso e inteligente. Descrita em vários padrões de raça como “alegres”, eles são amáveis e geralmente não são agressivos nem tímidos. Eles gostam de companhia e embora possam ser inicialmente retraídos com estranhos, são facilmente conquistados. Por essa razão, eles não são muito adequados para servir de cães de guarda, apesar de sua tendência a latir ou uivar quando deparam com desconhecidos ou situações estranhas no seu dia-a-dia, o que os tornam bons cães de vigília.

Beagles são inteligentes mas por serem criados para longas caças, são obstinados e determinados, o que pode torná-los difíceis de treinar. Eles geralmente são obedientes, mas podem se distrair facilmente e ignorar ordens uma vez que detectarem algum cheiro diferente. Enquanto estão atentos, respondem bem ao treinamento, principalmente se houver recompensa por comida e são ansiosos para agradar, mas ficam entediados facilmente.

Os Beagles são uma raça excelente para crianças e essa é uma das razões por terem se tornado animais de estimação tão populares. Porém, são animais acostumados a ficar em bando, podendo ficar propensos à ansiedade de separação se forem deixados sozinhos por longos períodos de tempo ou sem a companhia de outro animal ou humano. Os Beagles também possuem uma voz “musical”, e costumam emitir vários tipos de sons. Eles irão uivar para sirenes, latir quando estão caçando e quando se deparam com algum perigo ou estranho à porta, mas não costumam incomodar à não ser que estejam entediados ou sozinhos. Por estarem acostumados à viver em bando, também costumam se dar bem com outros cães e outros animais de estimação de forem socializados da forma correta e desde filhotes.

Procure manter o seu Beagle ocupado com brinquedos, com a companhia de outro animal ou a presença da sua família ou dono.

Se o dono deixar que o seu Beagle se torne o líder da família, o animal acabará desenvolvendo vários estágios diferentes de mal comportamento, incluindo latidos excessivos, morder sem razão, comportamento agressivo e destrutivo. Embora não sejam suas características naturais da raça, são traços de um distúrbio comportamental muito comum em raças de cachorros de porte pequeno que chamamos de Síndrome de Cachorros Pequenos, que consiste no desencadeamento de uma série de comportamentos inadequados muitas vezes reforçados pelos próprios donos ao tratarem seus cães como se fossem crianças humanas e sem a liderança ou exercícios e estímulos suficientes, assim como regras que precisam ser seguidas junto à limites com relação ao que podem ou não fazer, coisa que a maioria dos cães necessita por instinto para se desenvolver de maneira saudável.

A maioria dos donos de cães de porte pequeno não costuma mostrar uma liderança adequada em relação aos seus cães, causando até um excesso de proteção. Todo esse mal comportamento pode ser alterado e corrigido se os donos passarem a demonstrar mais liderança e suas necessidades instintivas forem supridas. Com a liderança adequada, os cachorros podem se comportar bem com crianças de qualquer idade, assim como qualquer pessoa.

Os Beagles não são exigentes no que diz respeito ao exercício, e sua resistência inata não deixa que fiquem facilmente cansados, porém o exercício regular ajuda a evitar o ganho de peso ao qual a raça está sujeita. Embora Beagles sejam alegres e extrovertidos, e se adaptam a quase qualquer ambiente, também são muito levados, teimosos e determinados a conseguir o que desejam, especialmente se for comida. São ladrões de comida profissionais, e irão comer tudo que se parecer com comida ou até mesmo o que você nem imaginaria.

A personalidade do seu Beagle também será afetada pelo tipo de criador que produziu a raça. Os Beagles de criadores que produzem cães de caça são mais ativos, cheios de energia e demandam mais estímulos físicos e mentais. Não são muito adequados para ficar deitados ao redor da casa o dia todo. Os do tipo mais tranquilos geralmente vêm de criadores de cães para exposição.

O Beagle perfeito não nasce perfeito, ele é produto da sua hereditariedade e criação. Seja lá o que for que você deseja dele, procure por um que tenha tido pais com boa personalidade e que tenham sido socializados desde filhotes. Qualquer cão pode desenvolver níveis desagradáveis de latidos, cavações e outros comportamentos inadequados se estiver entediado, destreinado ou não supervisionado. Compre um filhote que tenha sido criado em casa e tenha certeza de que ele foi exposto a diferentes locais e sons, assim como pessoas antes de ir para outro lar.

Continue socializando-o sempre levando a casa de amigos e vizinhos, assim como a passeios públicos. Antes de comprar um filhote, procure saber como escolher o filhote ideal e não deixe de conversar com o seu criador, descreva exatamente o que você procura em um cachorrinho, e peça ajuda para escolher um filhote. Os criadores costumam conviver com filhotes todos os dias e podem dar excelentes recomendações uma vez que saibam um pouco sobre o seu estilo de vida e personalidade.

Cuidados & Manutenção do Beagle

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Beagle adulto deitado no chão de sua casa relaxando (Créditos/Copyright: “Easy Morning/Shutterstock”)

Comece a acostumar o seu Beagle à ser escovado e examinado desde filhote. Mecha em suas patas com frequência — os cães costumam ser sensíveis com relação às suas patas — e olhe dentro de sua boca e orelhas. Torne essa manutenção uma experiência positiva cheia de elogios e recompensas, e assim você irá construir a base para exames veterinários e idas ao pethop mais fáceis de se lidar. Ao checá-lo, procure por machucados, arranhões, feridas ou sinais de infecção como vermelhidão, inchaço, ou inflamação na pele, nas orelhas, nariz, boca, olhos e patas.

Este rápido exame pode levar a diagnósticos mais cedo e evitar maiores problemas de saúde. Escove os seus dentes 2 ou 3 vezes na semana para remover tártaro e bactéria que proliferam dentro da boca – diariamente é ainda melhor para prevenir gengivite e mau hálito. Corte suas unhas uma ou duas vezes ao mês se não forem gastas naturalmente.

Os Beagles possuem uma pelagem dupla macia e densa que é resistente à água, e que o protege do frio e de lesões enquanto em atividade. Devem ser escovados com uma escova apropriada de cerdas médias ou luva adequada para hound (uma luva de borracha com protuberâncias na palma da mão) pelo menos uma vez na semana para retirar excesso de pelos mortos e encorajar o crescimento de novos. Os Beagles costumam trocar de pelos, mas por serem curtos não é tão notável. O pelo tende a ficar mais grosso no inverno, por isso caem mais durante a primavera.

Eles são do tipo limpinho e não costumam arrastar muita sujeira para si, por isso não exigem banhos frequentes, apenas o necessário. Por possuírem orelhas caídas, o ar não costuma circular bem dentro do canal do ouvido interno, por isso é mais suscetível à infecções. Para evitá-las, cheque suas orelhas pelos menos a cada 2 semanas por sinais de infecção e acúmulo de cera. Um jardim seguramente cercado é necessidade para quem tem um Beagle, pois eles são profissionais em escapar atrás de qualquer coisa que acharem interessante, mantenha-o sempre na coleira, com as devidas identificações e contatos caso se perca.

Atividade & Exercícios do Beagle

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Beagle em plena ação correndo no parque (Créditos/Copyright: “Adya/Shutterstock”)

Energético e cheio de vitalidade, o Beagle precisa de muito estímulo mental e exercícios físicos para canalizar tudo isso e ainda manter a forma. Beagles precisam de muitas oportunidades para correr, brincar, e gastar toda a sua energia. Eles adoram qualquer atividade, sejam elas longas caminhadas ao seu lado ou ao lado da sua bicicleta, corridas pelo parque, caçadas e jogos em que possam rastrear coisas por aí.

Considerando o fato de terem fortes instintos de caçador, mantenha ele sempre na coleira ou em jardim seguramente cercado, onde possa correr e brincar sem o perigo de sair por aí rastreando tudo podendo até se perder. Duas longas caminhadas na semana são o suficiente, e mantenha sempre a liderança ao caminhar com ele preso à coleira. Quando mais velhos, possuem a tendência a ficar preguiçosos, querendo ficar deitados pela casa o dia inteiro, mas devido à sua propensão à obesidade, não deixe que isso aconteça, procure mantê-lo sempre ativo para o bem da sua saúde e bom comportamento.

Ele é um cão versátil que adora participar de competições caninas de agilidade, e outros esportes caninos. O importante é dar os estímulos certos e mais adequados à raça do seu cachorro. Para entender melhor o que pode ou não pode ser feito em termos de exercícios e estímulos, é preciso saber como estimular a mente do seu cão, e ter sempre em mente quais são os cuidados básicos na hora de exercitar o seu cachorro. Existem diversos motivos para exercitar e estimular o seu cão, mas o mais importante deve ser a saúde física e mental dele, sem falar que um cachorro saudável pode viver por muito mais tempo.

Saúde do Beagle

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Beagle descansando no banco de um parque (Créditos/Copyright: “dezi/Shutterstock”)

Na maioria das vezes, os Beagles são todos saudáveis, mas como toda raça canina, alguns são mais suscetíveis à certas condições de saúde. Algumas doenças são mais comuns em algumas raças que em outras e nem todos os cachorros terão uma ou todas estas doenças, mas é importante saber sobre elas ao considerar esta raça. Geralmente, os Beagles possuem uma das maiores longevidades caninas que varia de 10 a 13 anos, tempo de vida típico de um cão de seu porte.

Contudo, os Beagles podem estar propensos à epilepsia, podendo ser controlada com medicação. O hipotiroidismo e alguns tipos de nanismo também podem ocorrer, porém duas condições em particular são exclusivas da raça: “Funny Puppy”, em que o cachorro é lento para se desenvolver e, eventualmente, se desenvolve com pernas fracas, costas tortas e, embora normalmente saudável, propenso a uma série de doenças; e displasia de quadril, comum em Harriers e em algumas raças maiores, mas apesar de eventual raramente considerada um problema nos Beagles.

Beagles são considerados uma raça condrodistrófica, o que significa que eles também estão propensos a tipos de doenças do disco. Em casos raros, Beagles podem desenvolver artrite imunomediada poligênica (onde o sistema imunológico ataca as articulações), ainda quando novos, em que sintomas às vezes podem ser aliviados por meio de tratamentos com esteróides.

O ganho de peso pode ser um problema em cães mais velhos ou sedentários, que por sua vez pode levar a problemas cardíacos e articulares. Suas longas orelhas caídas podem não receber um fluxo de ar substancial ou prender o ar úmido podendo causar a infecções de ouvido. Beagles também podem ser afetados por uma série de problemas nos olhos como o glaucoma e a distrofia corneana. “Olho da cereja”, um prolapso da glândula da terceira pálpebra, e distiquíase, uma condição na qual os cílios crescem no olho, causando irritação, por vezes acontecem; ambas as condições podem ser corrigidas com cirurgia. Essa raça também pode sofrer de vários tipos de atrofia da retina, e falha do sistema de drenagem lacrimal podem causar olho seco ou vazamento de lágrimas no rosto. Como cães de campo e ativos, podem vir à ter a ferimentos leves como cortes e entorses. Ao correr livres, podem também apanhar parasitas, como pulgas, carrapatos, ácaros e vermes de colheita, e irritantes, como sementes de capim que podem ficar presas em seus olhos, orelhas ou patas. Beagles podem apresentar um comportamento conhecido como espirro reverso, em que soam como se estivessem asfixiando ou com respiração ofegante, mas na verdade estão apenas sugando o ar através da boca e do nariz. A causa exata desse comportamento não é conhecida, mas não é prejudicial ao cachorro.

Treinamento do Beagle

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Beagle filhote no gramado do jardim “xeretando” (Créditos/Copyright: “Peter Kirillov/Shutterstock”)

O Beagle é muito inteligente e adora agradar, o que o torna agradável treinar. Mesmo assim, por serem hounds, são teimosos e obstinados e tendem a perder interesse interesse rapidamente ao encontrar algo mais interessante, como sair por aí farejando algum cheiro diferente. Por isso, treinamento de obediência é muito recomendado. O Beagle treinado de forma adequada, de maneira consistente, paciente e firme, porém gentil é capaz de aprender rápido e com eficiência.

O segredo de um treinamento de sucesso é fazer com que tudo seja divertido. Nunca force um Beagle a fazer nada que ele não queira, à não ser que você ofereça pequenas recompensas como incentivo – comida é o melhor deles! Quando o treinamento é divertido, ou seja, mistura técnicas de adestramento com diversão, o resultado é sempre muito mais positivo. Algumas dicas de como se divertir exercitando o seu cachorro poderão ajudar você a treiná-lo brincando.

Socialização e obediência são essenciais desde cedo. Além de ser muito importante ensiná-lo desde filhote quem é o líder. Consistência também é importante. É importante conhecer o seu cão e entender quais são as atividades preferidas do cachorro. Ensinar o seu filhote a sentar, deitar e ficar no lugar é vital para o seu treinamento. Há vários métodos também de treiná-lo a fazer suas necessidades em locais apropriados ou fora de casa. Considere o método da caixa se precisar adaptá-lo a um ambiente seguro e confinado por razões de segurança e conforto.

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4 comentários em “Beagle”

  1. O filhote com seus dentes afiados já deixou cortes em nossas mãos e pés. Já puxou um abajour para baixo, ataca cortinas, tenis, chinelo, meias, fios, vasos de plantas. Adora brincar com bola e bichos de morder mas cansa rápido. Dorme 1 h e brinca por 2 h. Adora dormir no sofá ou cama. Lambe a todos.

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  2. Beagles são cães incrivelmente inteligentes, amorosos e divertidos. São grandes animais de estimação para as familias. Nós temos um Beagle e ela simplesmente adora brincar com nossos dois meninos e nossas duas gatinhas siamesas. Ela gosta de correr pela casa e depois pular no meu colo para receber um abraço. Ela é até muito quieta. Ao contrário do que dizem sobre os Beagles latirem demais, acho a minha cachorrinha muito tranquila. Ela também não foi muito difícil de treinar, você só precisa se certificar de levá-lo fazer suas necessidades logo depois de cada cochilo e dentro 30 minutos após uma refeição. Funciona. Definitivamente, não é um cão de guarda. Apenas AME e dê atenção à ele, que ele gostará de todos, não vai dar trabalho com estranhos se socializá-lo desde cedo, ele vai estar mais interessads em lambê-los. Um ótimo animal de estimação para a sua família.

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  3. Beagles são mesmo endiabrados. Eles possuemmuita energia e não são para qualquer pessoa. É preciso muita paciência, energia e espaço para ligar com um desses todos os dias. Mas que são muito fofinhos quando filhotes são.

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